sábado, 22 de outubro de 2011

E então?

Acordo de cavalheiros? Pacto amigável entre as partes? Amizade colorida.
Incomodava-me deveras não estar apaixonado. É algo que não há culpados, eu sei. Mas não menos incômodo por isso. Sou acostumado a me apaixonar, ser correspondido talvez e quem sabe depois namorar. Necessariamente nessa ordem. Até então.
Depois de quase dois meses que estamos saindo (de um modo nada sutil e até um tanto indelicado – por telefone) eu perguntei à queima roupa:
– Você tá apaixonado?
–... É. Meu gato, não.
–Eu também, não. Então, o que a gente está fazendo juntos? Passando um tempo? (...)
–... Tá, tudo bem. Você quer terminar?
–Não sei. Isso tudo é algo que temos que sentar e conversar face to face, não pra ser debatido por telefone.
Encontrei-o no sábado seguinte, levei de presente uma imagem do Sagrado Coração de Jesus (a dele faltava um braço e um pedaço da auréola estava quebrado). Sentamos na pastelaria do Adão, na Lapa. Mas eu não quis “petiscar” nada. Só mordi um pedaço do pastel doce dele de chocolate com morango batizado de AMOR; doce, quente e algumas vezes enjoativo. Rimos.
Conversamos muito mesmo pra tentar nos conhecer. Os motivos dele pra não se deixar envolver. A minha vontade de namorar. Ele não é capaz no momento de evoluir nossa relação. Eu quero algo a dois. Algo que um dia eu possa chamar de namoro. É uma pena deixar que algo legal se perca por não sabermos nominar.
Daí eu perguntei: e se eu conhecer alguém que esteja disposto a assumir um namoro?
Ouvi: Sendo assim, meu gato, eu só terei que lamentar.
Não sei se eu gostei da resposta. Gostamos da companhia um do outro e tem sido bom ver no que dá. Decidimos ser desse modo e já se passou mais de um mês desde então.
É engraçado porque tudo tem cara de namoro, só não foi rotulado como tal. A cama é excelente, o papo super agradável, os gostos são parecidos. Ele conhece os meus amigos, eu os dele. Ele não pôde ir ao Rock in Rio, mas me ajudou a trazer a minha mãe como companhia, e como presente de aniversário pra ela. E quando eu chego de viagem, é pra quem eu ligo pra matar saudades. Estive em Natal. Agora estou em Vitória e ele se faz presente nem que seja por torpedos de celular. É a primeira pessoa quem lembro quando quero ir ao Teatro, ou jantar com os amigos.
Não sei até que ponto isso é saudável pra mim. E torna-se páreo duro pra qualquer outro ser tão interessante quanto ele...
* * *
Que saber? Quando é assim, deixa vir do coração...
Se; DJAVAN

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

When I fall in love

Eu queria estar apaixonado. 

Muito.

Não foram poucas e eu também não parei pra contar as diversas vezes em que recorri  a esse espaço que antes eu denominava de Meu Jardim pra falar que estava amando (seria a mando do capeta - como diria um amigo meu?).

O Flavinho sabe que eu não estou apaixonado.

Não estou enganando ninguém.

Mas até que ponto não estar apaixonado me incomoda?

Ele viajaria a trabalho pra Sampa e de lá, Argentina. Convidou-me e eu cheguei a cogitar a possibilidade, descartando-a ao avaliar meu orçamento e vendo que não seria possível. Até mesmo porque eu pretendia ir à Córdoba ainda esse ano. Não sei se vai rolar tal viagem, mas enfim...

Qual foi a minha surpresa quando a menos de uma semana de ele ira pra Sampa, ele ma liga e pergunta se eu quero ir.

Respondi que sim, iria se tivesse com o orçamento mais confortável.

Ele lembrou que tinha milhas e trocou 10 mil delas pra me levar pra Sampa com ele. Demais, não?


Os meus amigos disseram que de certa forma é uma maneira de ele demonstrar ainda que inconscientemente que quer algum compromisso. Muito embora ele me lembre - com relativa frequência - que não seja uma pessoa de relacionamentos. Será?

Raras vezes a música do post se encaixou tão bem.

* * *

When I give my heart
It will be completely...
When I fall in love; NAT KING KOLE

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Flanando

De repente a vida pára e parece que passa a fazer algum sentido.

Conheci um cara. Pela NET, pra variar e no tal site de caça só pra não perder o costume

Mais velho 20 anos. Encorpado. Como um bom vinho, gostoso de provar e degustar. Tem algo na essência dele que eu descubro aos poucos, que me inebria, me atrai. Embora eu saiba e muito bem que não esteja apaixonado. Ainda não flutuo em nuvens como os reles mortais que se rendem aos encantos de Eros.

No primeiro dia, me disse para ir com calma. Não entendi muito bem o balde de água fria mas, ainda assim, concordei. E fomos, com toda a calma do mundo. E ainda estamos indo. Tem mais de um mês que combinamos ir ao cinema e como as sessões estavam pouco flexíveis, decidimos ir ao ap. dele ver um dvd, comer algo e ficar mais à vontade, se me entendem.

Sushi, alcunha do felino dele, se apoderou do meu colo assim que cheguei. E eu não sou nem um pouco fã de gatos. Esse é digamos assim, tolerável. Adora me morder. Principalmente quando eu o aporrinho um pouco. Amarradão.

Eu tive que me ausentar a trabalho por dois dias e como não entrei em contato, apenas atualizei o meu mural na rede social, ele estranhou.

Me convidou para jantar. Um gentleman, pagou a conta. Não obstante, perguntou-me indiretamente quais eram minhas intenções. Respondi que estávamos nos conhecendo. Que era bom, me sentia à vontade com ele e como ele me havia dito para ir com calma, assim eu procedia, então. Acrescentou que não gostaria de saber caso acontecesse, involuntariamente de eu sair com um outro alguém em alguma viagem a trabalho ou em em alguma eventualidade em que ele não pudesse estar junto. Eu retruquei dizendo que comigo, não quero que aconteça. Ponto. Pra mim, claro.

Enfatizei que sou fiel quando me sinto compromissado com alguém e mais, se sinto esse mesmo compromisso na outra pessoa, meio que um feeling de comprometimento mútuo, sabe? Embora eu ainda não sinta real esse comprometimento nele.

Na semana seguinte durante o café, foi minha vez de perguntar a ele tudo isso, uma vez que ele tinha sido vago durante o jantar. Disse que também estava curtindo. Mas disse algo que me fez querer ter mais calma ainda e sentir um tanto inseguro confesso:

- Não sou muito de relacionamentos, mas estou contigo pro que tiver de ser.

E me perguntei o restante do dia: O que tem que ser?

Decidi relaxar, e continuar levando a situação em banho-maria.


Afinal, tem sido tão bom, sem cobranças, sem neuras, ele tem me apresentado aos amigos, temos ido ao cinema, teatro, restaurantes, exposições, vendo a lua nascer na praia, enfim. Flanado pela cidade sem pretensões. Curtindo algo que tem sido bom. Muito bom, mesmo.

* * *

Como uma ideia que existe na cabeça e não
tem a menor pretensão de acontecer
Apenas mais uma de amor; LULU SANTOS

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Segunda Via

Quando era mais novo, descobri que minha Certidão de Nascimento era, na verdade uma Segunda Via. Minha mãe (Ir)responsável do jeito que sempre foi, havia extraviado de algum modo a original. Fazer o que né? Acontece nas melhores famílias - e nas piores também.

Daí me questiono.

Até que ponto deve ser considerado válida uma segunda chance de um relacionamento frustrado inicialmente? Assim, uma Segunda Via?


Tenho meus defeitos (não são poucos e nem são fáceis, bem sei) sou um cara difícil de lidar e tal. Vaidoso - meu defeito favorito; Teimoso; por vezes, Mandão, com ligeira dose de arrogância nesse caso; Grosso, embora prefira o termo objetivo ou ainda, prático; e o Rick acrescenta: Carente. Audácia, né?

Por todos os atributos dessa hemi-divindade que vos escreve geralmente não tenho saco de Segundas Vias com ninguém depois do término oficializado de qualquer que seja a relação a que nos submetamos.

Paulo foi assim. Deu mole pra outro cara na minha frente, o que eu fiz vista grossa. Achou ainda que meu luto - declarado em rede social - fosse mais uma bichisse de quem morreu pro mundo.

Felipe, o advogado do diabo, adorava me testar os limites de paciência. implicava com tudo e se divertia com isso. Até o dia em que me cansei. Perdeu, e feio. Me ligou raras vezes de madrugada pra ouvir minha voz, pedir pra voltar e óbvio devido ao adiantado das horas levar esporros homéricos.

Dal é o cara que aprendeu a dizer não. Pena que eu fui a cobaia. Me ligou um dia desses. Fui lá. Conversamos muito mesmo. Acho, ao final das contas, que ele só queria deitar a cabeça tranquila no travesseiro, mais que uma foda amiga. No último chat nosso, eu reiterei tudo isso e como me sentia a respeito. Ele sempre afirmando que eu precisaria de mais tempo pra digerir tudo o que houve até poder ser amigo de verdade dele. Concluí, de um modo MUITO claro que iria esquecê-lo. De novo. Já o havia feito por pelo menos duas vezes e poderia fazer por ao menos mais uma, derradeira ou não. Excluí do msn, orkut, apaguei números do celular, e-mail, tudo. Segui em frente. Antes que me machucasse de novo... Algumas vezes bastam.


Todos os outros que só queriam um mini-flashback, dormir de conchinha por uma noite que fosse, desconsidero. Acho mais válido que seja só isso, que sejam honestos no querer. Até mesmo porque se fosse pra valer, teria sido quando era.

Surgiram dois na poeira das horas para irrefutar minha tese:

Veronese.
Um lorde em seu reino, um plebeu no meu. Senti-me na Terra, Le Petit Prince, cortejado por uma Fox. Em meu planetoide carioca, tentei retribuir àquela que me pareceu fria, e distante, quase indiferente. Sinto falta de atitude da parte dele, o marginal de boutique. Faltou algo que me fizesse (re)apaixonar.

Caio.
Reapareceu sugerindo cinema. Não mais que isso. Não rolou. Mais um ultimato que não foi levado a termos. Mais um reencontro furtivo em minha cama. Desde janeiro que não nos conhecemos. Não sei suas manias, seus medos, seus defeitos, planos, ou qualidades.



Deste modo, o coração grita, sufocado dentro do peito: NEXT, PLEASE!!!


* * *


Pra entrar na minha vida você vai ter que mudar
da minha casa, de atitude. Chega!
Ainda mais que agora eu vou, viajei. E me livrei de você.
Não quero mais ser seu amigo, nem inimigo. Nada!
Chega; MART'NÁLIA

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Santos

Santos é considerada pelo pessoal lá do trabalho uma das piores cidades a ser visitada. Climatológicamente fria, um pouco cara, sem praias bonitas. Enfim, sem tantos atrativos como as outras cidades a que estamos acostumados.

Ciente disso, pois sofri bastante com estas constatações nas primeiras vezes em que lá estive, fiz amizade pela NET (sempre ela) no bate papo da UOL, acredita? Um quarentão simpático, bem articulado, mas que infelizmente não me dá nenhum tesão e que só conheci depois de muito papo pelo msn e telefone, após alguns desencontros lá em Santos em outras visitas.

Ele me apresentou à turma dele, que me assustou de início por só ter quarentões ou pessoas de mais idade. Fui muito bem acolhido por eles, no entanto, e até hoje mantenho contato nas comunidades virtuais, instant messenger e e-mail. Gente que tem prazer em viver.

O caro amigo que vos tecla tem de um modo geral uma facilidade imensa em extraviar celulares e com eles as respectivas agendas de contatos. Resultado: Quinta-feira chuvosa, a pé e sem companhia pelas vielas de Santos. O suficiente para cortar os pulsos, não?

Não, BATMAN, esse Robin aqui é bem mais esperto que os outros candidatos a super-heróis.

Sentei no Empório Dom José, na esquina do canal 4 (a cidade é cortada por canais que acabam sendo referência para os moradores e visitantes), a poucas quadras da praia. O local, um empório que nada lembra as antigas mercearias do tempo da nossa avó com baleira giratória ou papel pardo. No térreo uma lanchonete / restaurante, uma pequena loja de conveniências, uma arara de jornais e revistas à venda e embaixo da escada, uma adega. No andar de cima um salão que abriga buffet livre, e uma varanda com sacada a céu aberto.

Chuva chata...Chávena de chá. Tomei um chá branco com menta acompanhado de biscoitos de nata enquanto esperava o buffet de almoço ser aberto. Esclarecendo um equívoco meu (já por volta de 15 horas) descobri que o café era servido até às 10:30h, o almoço de 11:00h até às 14:30 e a partir das 15h o chá da tarde que eu havia entendido como sendo o horário de almoço.

Assim sendo escolhi para almoçar um Medalhão ao molho funghi com risoto ao mesmo molho. Para beber um Baron d’Arignac, tinto francês demi sec a um excelente preço que me foi recomendado pelo sommelier da casa. Como entrada uma moça simpática serviu-me uma salada verde (assim os santistas denominam salada crua) de alface, cenoura ralada e tomates-cereja. Refrescante.

O prato estava perfeito e fui impelido a solicitar a presença do cheff e elogiar sua destreza. “A gente se empenha pra agradar quem sabe apreciar”. Respondeu-me o elogio. Acrescentei que raras vezes comi um funghi tão bem preparado como aquele. Sobremesa foi um creme de papaia com cassis que confesso não consegui terminar dada a quantidade farta que veio à mesa.

Peguei um exemplar do jornal impresso local e informei-me a respeito da programação local. Levemente alcoolizado na companhia do Baron que me sobrara do almoço vaguei pelas vielas de Santos, em especial a Oswaldo Cruz que abriga a Universidade Santa Cecília. Fui a uma exposição de fotografias no Hospital Ana Costa, ao lado do hipermercado Extra, nas proximidades da Avenida de mesmo nome. As fotos de mulheres clicadas por outras atraem pela sensibilidade do momento que só elas conseguem captar. Porém devido ao espaço reduzido do salão nota-se que os pôsteres ficariam melhor se fossem plotagens em dimensões maiores.

Ali perto funciona o Ponto de Cultura, local fomentador amparado pela administração pública e que oferece oficinas, cursos e palestras variados nos diversos ramos culturais. Funciona no prédio de uma antiga estação dos bondinhos que circulavam pela cidade. Consegui concessão para assistir como ouvinte uma aula da oficina de fotografia. Era cedo então fui ao Pátio Iporanga, ali perto, fazer hora. Peguei um ônibus elétrico e desci alguns pontos adiante na mesma avenida. Adendo: os santistas têm vários Residence Shoppings – hotéis ou residenciais com centros de compra em anexo, ou seria o contrário? E o Iporanga é o mais novo nesse tipo de empreendimento.

Voltei a fim de assistir a oficina e me deparei com uma turma bastante eclética. A ministradora da oficina era bastante acessível e me fez perceber que com uma câmera compacta, essa do nosso cotidiano, é possível conseguir uns efeitos bem interessantes em imagens.

Terminei a noite pedindo uma pizza brotão do Dr. Pizza, que a meu ver tem pizzas de qualidade a um preço que considero justo.

Redescobri num dia, fadado a ser horrível, ainda ser minha melhor companhia: Não atraso, não me canso e o melhor, não reclamo...

terça-feira, 14 de junho de 2011

Hermana mia

Tenho uma irmã.

O imprestável do meu padrasto – posto que ele é isso e, por muitas vezes e por muitos motivos essa é a melhor alcunha que lhe define – tem uma filha fora da relação com minha mãe. O dito cujo costumava dizer-me filho dele aos outros principalmente amigos do trabalho logo, esta menina é minha irmã.

Pretendo conhecê-la. Afinal a menina não tem culpa de ter nascido em meio ao caos instaurado. De tudo isso lamento ela não ser filha da minha mãe que tanto queria uma menina. Lamento mais de ter-me afastado da família dele, pois como minha mãe deixou de visitá-los, quando estive lá não tive pretexto para estreitar novamente os laços. Omissos, bem verdade, em relação ao ocorrido antes e depois de minha mãe saber dos fatos. Eu no lugar deles também absteria minhas opiniões a respeito. Contudo, pessoas de bem, referências na minha adolescência enfim.

Putz! A Bia deve estar quase com quinze anos, minha prima postiça favorita era uma criança quando a vi pela última vez e isso tem quase dez anos. A Vitória também, elas são nascidas no mesmo ano. A Renata é da minha faixa etária juntamente com o seu irmão um pouco mais novo do que a gente, deve estar empregada e Rodrigo na Faculdade. Ela já era uma morena bonita, deve estar um mulherão. Ele deve estar mui guapo ainda mais se for adepto de algum esporte ou musculação.

Memoráveis eram os almoços seguidos das jovens tardes de domingo na casa de uma das irmãs dele, Onilza que estava sempre bordando algo em ponto de cruz ou cozinhando enquanto Aliete, a outra irmã lia um livro, preferencialmente Espírita e minha mãe, tagarelava, quase sempre sobre novidades ou artesanato. Os pais, no Clube do Bolinha falavam sobre futebol, política ou vizinhas gostosas freqüentemente. Rodrigo e eu, molecotes, implicávamos com a Renata ou chutávamos algum copo de cerveja pelo chão da casa, sem governo de nossas pernas ainda no meio da puberdade. Bia e Vitória corriam por aí ou brincavam de boneca em algum canto da sala.

Reunidos para o almoço a trilha sonora era invariavelmente MPB, de Luiz Melodia à Cássia Eller. Os assuntos, atualidades, piadas, ou falar mal da vida do outro irmão que raramente estava presente, sempre às voltas com a ex e atual esposa ou a amante, que dando o golpe da barriga, integrou o Michael àquela genealogia.

Melhores ainda eram os fins-de-semana na casa de praia no Marajó. O entardecer e os búfalos marajoaras emprestavam um quê de singularidade ao local. Desligados da correria do continente, o peixe envolto em folha de bananeira e assado na brasa até hoje dá água na boca só de lembrar.

Bons momentos que outra geração à qual pertence a minha irmã talvez aproveite e quiçá a minha geração ainda possa aproveitar...

* * *

...Te ensinar coisas da vida

Ser seu guia ou o que for...

Irmã de neon; DJAVAN

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Basium

Todo mundo tem um beijo pra contar, ?
E quem não tem, até inventa.
Certo é que todo mundo curte uma boa história que culmina em ósculo.

Primeiros beijos - supervalorizados - dados na beira do mar, no campo, sob céu estrelado ou que seja, no último capítulo daquela novela.
Últimos beijos - superdramáticos - dados no portão de embarque, no cais do porto, na decisão do divórcio ou no leito de morte - minutos antes da extrema unção.

Beijos roubados - amantes furtivos - na calada da noite.
Beijos molhados - úmidos - da lascívia do sexo urgente.
Beijos discretos - susssurados - no corredor da biblioteca.
Beijos - ternos - de esquimó.
Beijos - tímidos - de selinho.
Beijos - de Judas - traidores.

E no meio dessa profusão de lábios tem um tipo de beijo que fica de lado.
O beijo que não foi dado.
Como nunca aconteceu fica ali - menosprezado - colocado de escanteio. Como se não tivesse importância alguma.

Mas só quem teve um beijo nunca dado sabe do tormento que ele promove.

Beijo não dado não se contenta fácil, não. Não se resigna. Se não pode acontecer na prática ele trata de acontecer - dia após dia, noite após noite, ano após ano - dentro da sua cabeça. Fica você pensando no contorno daqueles lábios, naqueles dentes incisivos, na penugem cafajeste que ele cisma em chamar de bigode, no gosto do café - recém bebido - remanescente na língua que você tanto deseja. Que se dane o ranço da nicotina. Você quer sua boca na dele. Você o quer em você. Emaranhados. Enroscados. Quer sentir o arranhar da sua barba descendo pelo seu pescoço, quer brincar mordiscando seus lóbulos, quer impregnar-se do cheiro daquela colônia amadeirada.
Quer - seu direito assegurado - de que naquele breve instante o mundo pare.

Porém, você sabe.
O mundo não vai parar.
Não dessa vez.
Por alguma razão - agora indecifrável - quis o destino que essa pessoa fosse proibida para você. Talvez ele seja muito rico - ou muito pobre. Talvez seja muito velho - ou jovem demais. Talvez ele seja seu parente. Talvez ele seja seu chefe ou aquele cara que você nunca teve coragem de cantar. Talvez ele seja seu melhor amigo ou seu pior inimigo. Talvez ele esteja distante - ou perto demais.
Talvez ele já tenha ido embora.
Ou pior, talvez ele nunca tenha estado - para você.

Existem infinitas hipóteses para um beijo nunca dado.
E uma única certeza: alguns desejos nunca cessam.
Ficam pra sempre. Mesmo que seja só na vontade.

* * *

Ainda me lembro daquele beijo, spank punk violento...

Corações Psicodélicos; LOBÃO

terça-feira, 31 de maio de 2011

Preconceitos (ou Vida de Princesa)

Sei que tenho preconceitos.

Acho que todo mundo os tem, se não todos, a maioria das pessoas.

Percebo isso em pequenos fatos na minha própria vida. Na verdade acho que tenho mais preconceito comigo mesmo que com os outros.

Há uns quinze dias estive em Santos a trabalho e na primeira oportunidade de um dia livre me mandei pra Sampa. Como o Rick está sempre ligado no que acontece em termos culturais à nossa volta, perguntei a ele o que eu poderia fazer pra me divertir lá.

Ele me sugeriu ir à FAAP assistir a exposição da Gracie Kelly. Torci o nariz. Programa de bichinha, ver os vestidos de uma princesa que eu sequer conhecia a história, apenas tinha ouvido falar que existiu. Fui então, mais pela FAAP, pra conhecer o lugar que eu só tinha visto na TV, na novela das sete, aquela dos dois costureiros rivais de infância (isso, sim, coisa de bichinha, né?).

Primeiro a surpresa. Não se pode fotografar nem a fachada da Fundação, uma vez que há muitas obras expostas no Jardim e há a preocupação com os direitos autorais. Correto, mas frustrante. Ainda bem que já tinha tirado pelo menos uma foto e (vergonha) tirei escondida uma foto dos vitrais que ficou sem foco (castigo).

A exposição me surpreendeu. O que julguei ser uma exposição fútil, sobre os vestidos de uma tal princesa, revelou a personalidade de uma atriz de cinema que conheceu um príncipe com o qual se casou e não se distanciou dos amigos do meio artístico por conta disso. Mostrou também a intimidade de uma família Real, como não vemos comumente a exemplo da Família Real britânica, que se fecha nas paredes do Palácio e só sabemos de escândalos, e acontecimentos, como o casamento noticiado recentemente.

A mostra inicia com os anos de Gracie como membro de uma típica família americana, bem antes de se tornar atriz. Segue-se com os anos no cinema como a musa de Hitchcock, de quem era amiga pessoal e cujas gravações de filmes a levaram a Mônaco, principal motivo de sua ida ao Principado.

Conta, praticamente em detalhes, incluindo o vestido que usava, o encontro rápido e intenso com o Herói de Guerra, ao qual se seguiu uma troca de cartas através das quais puderam se conhecer um pouco melhor.

Expõe trechos do casamento, televisionados pela Europa; o vestido de casamento, confeccionado pela empresa cinematográfica como item da rescisão contratual, entre outros detalhes das cerimônias.

A partir daí revela o glamour da embaixadora da Cruz Vermelha daquele Estado Autônomo, com seus bailes beneficentes e temáticos, mostrando o lado belo da Realeza da qual agora faz parte. Glamour identificado através dos vestidos e cenários das inúmeras festas filantrópicas que promovia, afastando a imagem de futilidade que eu julguei ver, com todo o meu preconceito.

Desvenda a vida familiar e social, nos muitos churrascos à beira da piscina, na companhia dos filhos e junto dos amigos do meio cinematográfico com os quais faz questão de manter contato. E que rendem filmes familiares onde podemos vê-la bem à vontade como gente comum no abrigo do lar. O que era raro em vida, pois sempre havia a preocupação em manter a individualidade e a privacidade dos filhos.

Enfim, mostra alguém mais do que fútil, como eu, preconceituosamente supus. Mostra um ser humano que por felicidade da vida casou-se com um príncipe, e viveram felizes para sempre ou até que a morte os separou...

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Querendo saber bem mais

Percebi que esse espaço aqui se tornou ultimamente uma incessante busca por um candidato a digníssimo no qual realmente eu deva investir pra que os fatos aconteçam da maneira certa.

Sei que, acima de tudo, eu sou bem mais que isso, e não quero que eu pareça um cara numa busca eterna por alguém, de qualquer sexo que seja.

Por isso resolvi fazer o bate-bola abaixo pra que vocês me conheçam melhor.

Nome: O de um apóstolo que a minha avó escolheu e que o meu pai colocou um “Y” no meio pra poder facilitar que eu encontre em listas infinitas.

Profissão: Servidor público, classe especial.

Idade: 27 ainda esse ano.

Físicamente, eu sou: Magro definido, embora alguns me digam magrelo, olhos e cabelos castanhos, 1,75m, 68kg, moreno-claro.

Mania: Escovar os dentes andando pela casa, pelo trabalho, pelo banheiro da faculdade, enfim onde quer que eu possa andar sem passar vergonha.

Livro: Meu pé de laranja-lima

Livro atual: Percy Jackson, a série.

Amor: Aquilo que move o mundo.

Ódio: Hipocrisia e falta de caráter

Dor: A perda do meu pai, por mais ausente ou distante que ele me parecesse.

Surpresa: Saber que meu pai me amava à maneira dele.

Vingança: O tempo permite aproveitá-la com classe e sem precisar planejá-la.

Liderança: Algo que todos os homens deveriam aprender, entenda bem, APRENDER, ainda na escola.

Hombridade: Algo que algumas pessoas simplesmente não têm.

Paixão: Pela minha vida.

Desejo: de construir algo interessante a dois.

Juventude: Um Estado de Espírito.

Velhice: Algo que não sei se chegará pra mim. Aproveito minha juventude bastante enquanto isso.

Vida: Deus me deu uma, e eu a adoro.

Morte: A maior viagem (risos)

Medo: De não conseguir realizar alguns sonhos antes de desencarnar.

Coragem: De ter saído de casa com 17 anos e, mesmo inseguro, ir buscar minha vida.

Uma lição: Seja mais cauteloso, em todos os aspectos.

Uma frase: Os fatos acontecem no momento que Deus julga necessário. No tempo d'Ele, nunca no nosso.

* * *

Quero saber bem mais que os meus 20 e poucos anos...

20 e poucos; FÁBIO JR.

sábado, 14 de maio de 2011

Inquietude

Senti saudades.

Do cara que me beijou a costa e o corpo todo.

Do cara que mencionou algumas vezes os preliminares ser melhores que o ato em si.

Desse cara, pouco vi.

No primeiro dia, percebi um cara que me questionou bastante quanto ao falar. Que me disse ter ouvido mais em algumas horas em VIX do que eu teria falado em um dia inteiro no RIO.

Um cara que ficou em casa comigo o feriado todo. Mas que se inquietou às duas primeiras horas após acordarmos na SEXTA-FEIRA SANTA. E que não quis a companhia dos meus amigos no sábado quando eu tive de trabalhar.

Assustei-me como o gentleman, se ofereceu a pagar a pizza, o taxi, os restaurantes a que fomos e que só não fez mais porque eu não permiti. E não o fiz porque não me senti totalmente à vontade com a situação. Sei lá, nunca fui acostumado a ter quem fizesse tais galanteios e talvez por isso tenha estranhado.

Ri com alguém que se queixou quando, supostamente eu me afastei, alegando sentir-se como um cachorrinho ao qual a gente faz carinho, de vez em quando ao se lembrar que está ali ao lado, ao alcance de um afago. Disso pouco caso fiz, sim. Não vi motivos pra tal e brinquei chamando-o algumas vezes REX.

Meu marginal de boutique.

O cara que me observou bastante e quando eu o fazia, reclamava.

Que por torpedo me disse: “Foi muito bom pra ser verdade. Pecado que não nos entendemos...” que me disse ter vários amigos no Rio; e trocou o feriado com a mãe pra ficar comigo; e acrescentou ter curtido estar comigo. Infelizmente soou como apenas um feriado no Rio quando deixou escapar em palavras.

Alguém que eu não soube decifrar e que se indispôs em relação à minha inquietude.

Alguém que eu não conhecia e que estava decidido a me dobrar. Alguém que ainda não conheço e que, sinceramente, não sei se consegue.

Amor de marujo no porto de VIX? Ou mais um amigo em preto e branco querendo colorir?

De tudo isso, agora, nada sei.

* * *

...Precisa aprender o que eu sei

E o que eu não sei mais...

Baby; GAL COSTA

domingo, 8 de maio de 2011

Marginal meu

Numa situação improvável, o conheci.

Descobri que os capixabas exercem certa atração quase que visceral sobre mim. Tem algo na pele, no cheiro, no jeito deles, que me impele a admirá-los. Tem um não-sei-quê que me faz ficar assim, desse modo entregue e quase indefensável ao simples rasgar de um sorriso seu.

Mini flash back:

Ofereci uma carona, no carro em que estava com minha mãe preta capixaba, e ele aceitou. Afinal, vez passada ela já o tinha levado em casa.

Antes disso sentados lado a lado, o notei. Mais pelas tatoos no braço que por outra coisa.

Perguntei se doeu. Disse que não. Minha mãe perguntou o que era. Eu ri contando-lhe. Ele retrucou: – É uma dor suportável. E mostrou-me parte dela que se estende do pulso direito, toma-lhe as costas e termina no antebraço esquerdo, (nunca sei a diferença de braço pra antebraço, mas acho que deu pra entender) a parte mais próxima do ombro esquerdo. Pronto! (risos).

Ele me esbarrou, deixando suas costas no meu braço enquanto eu passava. Diante disso só pude rir. Foi engraçado. Sentou quase que sincronizado comigo na mesa e puxamos assunto. Perguntei sua idade e elogiei depois: 40 e poucos muito bem vividos.

Quase na hora de entrarmos no carro ele me encarou por cerca de meio minuto dentro dos olhos e a pouco mais que um palmo da minha boca. Tive vontade de agarrá-lo ali mesmo, entretanto em respeito à minha mãe preta não o fiz.

Sentei-me no carona e deixei minha mão passar entre a porta e o banco, passando a mão em sua perna e fomos, carinhos, até o destino dele.

Durante a viagem, cerca de 40 minutos, ele me perguntou quando eu voltaria do Rio.

– Não faço ideia.

– E volta ao trabalho quando?

– Só vou arrumar minha mochila e vou. E aí?...

– E aí o que?

Ele pensou e enfim acrescentou:

– E aí que você pode arrumar sua mochila e ir lá pra casa e sair de lá. O que acha?

– Pode ser...

– Era isso que você queria ouvir, não?

– Claro. Cheguei a pensar que você não fosse perguntar.

Fiz isso e tive uma das melhores experiências do ano. Ele me tratou como a um príncipe.

Beijou meus pés e acariciou e beijou todo o meu corpo. Meus cabelos, meus olhos, minhas costas. Eu já tinha esquecido o quão é bom ter as costas beijadas. Ele não quis sequer penetração. Mas eu não estava ali só pra preliminares, né? (risos).

Falei que preliminares eram excelentes, mas que não tínhamos conhecimento um do outro nem intimidade suficiente para que só isso bastasse. E o sexo foi algo quase surreal. Senti-me desejado como há muito não sentia.

Disse que me atraía o jeito marginal de boutique que ele aparentava: magro, cabeça raspada, barba contrastando com esse look.

E de tudo, isso foi ótimo.

* * *

...Eu sou teu corpo inteiro a se arrepiar

Quando em meus braços você se acolheu...

Meu eu em você; PAULA FERNANDES

sábado, 16 de abril de 2011

Mau mau

Ano passado, depois do término com o Beto, eu viajava cada vez mais pra Vix.

Adendo: Vix é minha segunda casa, muitas vezes mais que em Belém, onde nasci.

Interessei-me por um garotinho loiro, com cara e ascendência alemã: Maurício. Meu Mau mau.

19 anos, jovialidade – senti-me como uma amiga cacura de 60 anos que me diz: “Juventude é a Beleza do Diabo”. – espírito aventureiro. Recém formado em Petróleo e Gás. Chegamos a cogitar a possibilidade de ele vir fazer a pós como bolsista no FUNDÃO. Alto. Um fofinho como pessoa. Muito daquele garoto que iria mudar o mundo... Confesso que senti novo ânimo após o término com o Beto quando o conheci. Vontade de mover-me da atual inércia em que me encontro.

Mas o pra sempre, sempre acaba...

Ele falou aos pais; mais por conta das divergências com o irmão com quem estava morando; saiu do armário. Foi mais corajoso do que eu poderia ser. Afinal eu abri pra minha mãe a bissexualidade depois de já ter saído de casa e tals. Hoje me vejo mais homo que outra coisa, mas isso é outro assunto. Os pais dele o mandaram pra Rondônia com a tia na desculpa dele ir esfriar a cabeça. Inventou um pretexto qualquer e voltou a Vix, claro.

E voltou. Na volta passou expresso pelo Rio, e eu, cansado não tive forças pra ir encontrá-lo. Ficou putinho.

Fui à Vix recentemente à trabalho e o revi. Forcei o encontro já que ele não atendia minhas ligações nem nada.

Cheguei lá no supermercado onde ele trabalha de repositor (pode?). E ele a princípio não teve cara de me olhar nos olhos. Depois foi relaxando e eu vi maldade em seus olhos. Disse que tinha mudado e que tinha aprendido muitas coisas com o novo namorado, um carinha de 17 com o qual está morando pelo que entendi. Chamei-o pra ir ao bar em que sempre íamos. Sem grana, alegou e eu disse que isso nunca foi problema, até mesmo porque fizemos muitos programas legais juntos e sem dinheiro.

Terminei a conversa pedindo que ele ao menos atendesse às ligações, o que demonstrava boa educação. Liguei mais tarde ainda naquele dia e o celular só dava fora de área.

O Rick me perguntou se eu esperava reencontrar o mesmo cara que conheci. Respondi que não, mas que não precisava ser daquele modo.

Confesso que fiquei triste, esperava que pudéssemos ao menos conversar, pois me sentia um pouco culpado. De certo modo ele saiu do armário comigo. Queria saber se ele estava bem com a situação. Atrás daquela capa de superboy tinha um garoto novo e cheio de anseios e planos.

Um cara que infelizmente não existe mais.

* * *

Mas é que eu tenho que manter a minha fama de mau...

Minha fama de mau; Roberto Carlos

sábado, 9 de abril de 2011

Aos príncipes-sapos, lobos

O Caio tem certa dificuldade pra administrar os próprios problemas. Some. E eu, canso de ir atrás.

Engraçado como a carência transforma sapos em príncipes.

Do jeito que eu estava por conta do Zezinho, idealizei algo com o Vinny que nunca vai rolar. O Laka, o sorriso e tantos outros gestos só foram vistos, ou melhor, enxergados por mim.

No trabalho ele se afastou por completo a ponto de meio que me ignorar. Acho que tem medo que alguém descubra. Mas é questão de tempo. Já estão "sacando" ele.

Cheguei a perguntar o que tava rolando, se ele queria conversar a respeito. Em vão.

Ele se esquivou até o final.

Final. Não há finais para assuntos não iniciados. Na avaliação geral acabou sendo idealização minha, carência, mesmo. Como escrevi no link ali em cima.

Perguntei então, quando a gente ia conversar e ouvi:
- Acho que a gente não tem nada pra conversar.

Fiquei sem ação. Deixei por isso mesmo. E lembrei que em vez de príncipes, caras espertos como eu, preferem os lobos.

Te ouvem melhor, te veem melhor e ainda te comem!

* * *
...Levando o segredo e o meu desejo
Príncipe dos Mares, SANDY & JR

sábado, 19 de março de 2011

Caio, sim

Caio é tipo assim aquele cara que encanta. Abusado menos que eu, escorpiano menos que eu, me diz que está se deixando cortejar, se deixando seduzir, que está se permitindo já que é geralmente ele quem costuma deixar os caras sem graça, partindo pro ataque.

Tem um escorpião tatuado no dorso. Típico. Todo Scorpio que conheço ou já o tem ou tem vontade de ter o símbolo magno de sua personalidade estampado no corpo. Soube de um que o tem no pescoço, tenho um amicíssimo que o tem no peito, e eu, tenho vontade de estampá-lo no dorso, próximo à virilha. Mania egocêntrica de filho único, querer ser diferente.

O fato é que almocei com ele na La Mole do Rio Sul, ele trabalha por ali ...Conversamos muito mesmo pra tentar nos conhecer...(risos). Daí naquela mesma noite ele me convidou e partimos pro test-drive. Afinal, não sou bobo. Vai que ele é um anjo na mesa e um asno na cama.

Impublicável.

Curti o suficiente pra querer de novo.

...Mas, chegou o Carnaval, e ela não...

E desse modo, não nos vimos o Carnaval todo. Não achei de todo ruim pois, acabávamos de nos conhecer e se amarrar assim ainda mais nessa época é super complicado. Geralmente só dura a semana de Momo. Como ocorreu ano passado com o cafuçuzinho, lembra?

Anteontem liguei pra ele, meio que na sorte.

Falei que estava próximo à ele e perguntei se ele queria me ver. Bingo! Me espera em frente ao meu ap.

Fui lá e após uma simples DR em que deixei claro que não o quero somente nos momentos bons (clichê, eu sei) decidiu ele que vai permitir nos conhecermos.

E eu dormi no paraíso, na Prado Jr. Num quarto e sala que pra mim era o Palais de Versailles.

Eu, o próprio Louis XV do Carnaval carioca, do último "Bloco das Quengas"

* * *
...Quem é você?
Advinha se gostas de mim...
Noite dos Mascarados, Chico Buarque

quarta-feira, 2 de março de 2011

Llévame si quieres a perder, a ningún destino, sin ningún por qué

Tommy é o cara.

Balzaquiano, fofo, professor de Ed. Física, lindo, não definido, mas um tesão, pelos aparados, branco, olhos profundamente azuis, e hablando español em mi oídos.


Argentino, de Córdoba.

Tivemos um fim-de-semana ótimo, eu me sentindo a própria Kirchner, como disse ARD.

Passeamos, jantamos, tiramos fotos, ficamos juntos, nos beijamos em Ipanema.

Engraçado que ele se mostrou um pouco tímido, claro, mas, ao mesmo tempo percebemos isso ser cultural. Enquanto para los hermanos o casamento é uma realidade, ainda é muito arraigado esse pudor ao demonstrar cariño en público.

E foi bom, com direito a uma ceninha de ciúmes por conta do meu atraso quando tive de trabalhar na segunda-feira, último dia nosso juntos.

Facebook:
hola bonito!! gracias gracias me hiciste pasar unos dias bello sos todo lo que un hombre como yo quisiera tener!! aunque lo nuestro no se de quisiera conservarte como amigo porque sos un diamante!! me hiciste sentir un rey y nunca me voy a olvidar tu mama es una diosa bella como tu!! te estraño cuidate mucho muaaaa
Y jo:
u que te falta para estudar portugues, venir a cá e ter lo que un hombre como usted quisier. besos mil, cuidate

Foi eterno, enquanto durou. Pretendo conhecer Córdoba em julho, hehe.
* * *
¿ Quién llenará de primaveras este enero
Y bajará la luna para que juguemos?...
Corazón partió, Alejandro Sanz

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Chorando na chuva



Bom, o Zezinho sumiu.
Mas também, o que esperar de um cara que se considerou feio durante toda sua adolescência refletindo isso numa baixa-estima extrema que o fez enfiar a cara nos livros?
Neurose demais pra uma pessoa só, não?
Claro que eu não deixei por menos. Afinal, o cara me promete mundos e fundos por torpedo e por telefone diz-me que eu poderia considerar-me comprometido desde a véspera, e some assim, sem mais?
As pessoas revelam muito de si, tentando se conhecer. Fui na Plínio Leite. Afinal o dito cujo cursa o quinto período de Enfermagem.
Pena que eu não tirei foto.
Gesticulei, apontando pra ele, pra minha boca e pra mim, tentando dizer que eu queria falar com ele. Ele que é um mulato bonito quase ficou branco, estático, inerte ao lado da professora, na mesa. Sinalizou, com a mão espalmada que era pra eu esperar...
Começamos a conversa com ele dizendo que queria tentar explicar. Eu disse: Tente.
Falou que era novo, não sabia como levar um namoro, e um tanto de outras coisas que só refletiram inexperiência. Até aí tudo bem. Imaturidade, não.
Ele disse que costuma resolver os principais problemas, ignorando-os. Argumentei que não é fugindo que se resolve a vida, e que um dia os problemas reaparecem e a fuga talvez não seja a solução mais viável.
Em suma, terminou com ele dizendo que iria pensar. Dois dias depois:
"Pensei bastante, vc tem razao ñ quero qlq relacao a ñ ser amizade.
Desculpa se falei ou fiz algo precipitado. Pode seguir seu caminho. Abçs."
Resposta minha:
"Espero que vc cresça e um dia se torne alguém diferente,
capaz de administrar uma relação a dois."
E fiquei meio mal nos dias que se seguiram, vou focar no Vinny, que é mais confiável e aparenta ter maturidade, romantismo, e é um gatinho lindo, branquinho de olhos cor de mel, um par de coxas maravilhoso em 1,90m de altura. Acho que saí ganhando, não?
I'll do my crying in the rain...
A-ha