segunda-feira, 18 de julho de 2011

Segunda Via

Quando era mais novo, descobri que minha Certidão de Nascimento era, na verdade uma Segunda Via. Minha mãe (Ir)responsável do jeito que sempre foi, havia extraviado de algum modo a original. Fazer o que né? Acontece nas melhores famílias - e nas piores também.

Daí me questiono.

Até que ponto deve ser considerado válida uma segunda chance de um relacionamento frustrado inicialmente? Assim, uma Segunda Via?


Tenho meus defeitos (não são poucos e nem são fáceis, bem sei) sou um cara difícil de lidar e tal. Vaidoso - meu defeito favorito; Teimoso; por vezes, Mandão, com ligeira dose de arrogância nesse caso; Grosso, embora prefira o termo objetivo ou ainda, prático; e o Rick acrescenta: Carente. Audácia, né?

Por todos os atributos dessa hemi-divindade que vos escreve geralmente não tenho saco de Segundas Vias com ninguém depois do término oficializado de qualquer que seja a relação a que nos submetamos.

Paulo foi assim. Deu mole pra outro cara na minha frente, o que eu fiz vista grossa. Achou ainda que meu luto - declarado em rede social - fosse mais uma bichisse de quem morreu pro mundo.

Felipe, o advogado do diabo, adorava me testar os limites de paciência. implicava com tudo e se divertia com isso. Até o dia em que me cansei. Perdeu, e feio. Me ligou raras vezes de madrugada pra ouvir minha voz, pedir pra voltar e óbvio devido ao adiantado das horas levar esporros homéricos.

Dal é o cara que aprendeu a dizer não. Pena que eu fui a cobaia. Me ligou um dia desses. Fui lá. Conversamos muito mesmo. Acho, ao final das contas, que ele só queria deitar a cabeça tranquila no travesseiro, mais que uma foda amiga. No último chat nosso, eu reiterei tudo isso e como me sentia a respeito. Ele sempre afirmando que eu precisaria de mais tempo pra digerir tudo o que houve até poder ser amigo de verdade dele. Concluí, de um modo MUITO claro que iria esquecê-lo. De novo. Já o havia feito por pelo menos duas vezes e poderia fazer por ao menos mais uma, derradeira ou não. Excluí do msn, orkut, apaguei números do celular, e-mail, tudo. Segui em frente. Antes que me machucasse de novo... Algumas vezes bastam.


Todos os outros que só queriam um mini-flashback, dormir de conchinha por uma noite que fosse, desconsidero. Acho mais válido que seja só isso, que sejam honestos no querer. Até mesmo porque se fosse pra valer, teria sido quando era.

Surgiram dois na poeira das horas para irrefutar minha tese:

Veronese.
Um lorde em seu reino, um plebeu no meu. Senti-me na Terra, Le Petit Prince, cortejado por uma Fox. Em meu planetoide carioca, tentei retribuir àquela que me pareceu fria, e distante, quase indiferente. Sinto falta de atitude da parte dele, o marginal de boutique. Faltou algo que me fizesse (re)apaixonar.

Caio.
Reapareceu sugerindo cinema. Não mais que isso. Não rolou. Mais um ultimato que não foi levado a termos. Mais um reencontro furtivo em minha cama. Desde janeiro que não nos conhecemos. Não sei suas manias, seus medos, seus defeitos, planos, ou qualidades.



Deste modo, o coração grita, sufocado dentro do peito: NEXT, PLEASE!!!


* * *


Pra entrar na minha vida você vai ter que mudar
da minha casa, de atitude. Chega!
Ainda mais que agora eu vou, viajei. E me livrei de você.
Não quero mais ser seu amigo, nem inimigo. Nada!
Chega; MART'NÁLIA