sábado, 29 de setembro de 2007

Há tempos III

Há tempos em que o espírito enfraquece.
Somando isso à curiosidade
e à falta de orientação devida
o resultado é inesperado.
14 anos.
Universo paralelo
onde o Bem e o Mal duelam.
Imaturidade.
Má interpretação de informações
advindas de alegorias ou metáforas
criam confusões
cercadas de teorias infundadas...

...E há tempos são os jovens que adoecem...
Legião Urbana

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Cheiro de Amor

Desculpem-me caros amigos se estive afastado deste blog por algumas semanas (O que me rendeu um esporro básico do Ricardo no meu post Qualquer coisa).
Houveram compromissos de trabalho e um ensaio de namoro, o qual resumo a partir de agora:
Orfeu de Monteverdi, embora um pouco trágica, nunca pareceu tão agradável. Deve ter sido a companhia.
A Ópera considerada um marco no gênero foi encenada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro no início de Setembro e eu tive a oportunidade de assistí-la no feriado da Independência.
Combinei com um casal de amigos e fomos. Só não sabia que um cara a quem chamarei apenas Ele, iria também.
Eu já conhecia Ele de fotos. Achei ele interessante na época, afinal quem não acharia um negro, sarado, muito bem apessoado, numa foto de sunguinha na praia, posando de macho para a foto ser tirada?
Não sei bem ao certo porque nós não passamos da troca de fotos.
Mas, a memória é um "bicho" ardiloso que se faz presente só nos momentos que julga oportuno:
- Adso, esse é Ele.
(lembrei das fotos na hora, é claro)
- Prazer, Adso.
(com um sorriso de orelha à orelha)
A Ópera se segue e, entre uma ou outra cena do segundo ato, ele me abraça, e começa a fazer carinho de um jeito tal que as cadeiras estofadas do Balcão Nobre do Municipal se tornam cada vez mais desconfortáveis por não serem duplas...
Depois do Municipal, Pizzaria na Lapa; e depois da Pizzaria, Motel. Local mais propício pra um fim de noite, impossível.
- - - - -
Lembro de ter acordado no sábado tendo a impressão de que as Ruas do Centro do Rio estavam mais limpas, as árvores mais viçosas, o céu mais azul; e o sol, mais brilhante do que costumava ser num sábado de manhã...
* * *
De repente fico rindo à-toa
sem saber porque...
Maria Bethânia

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Há tempos II

Em outro tempo, gritos de desespero
misturados com ofensas verbais, morais, físicas.
Psicológicas.
Havia uma válvula de escape:
Um riso forjado, forçado.
Falso.
Era a maneira de esquecer.
E continuar vivendo...

...Teu grito acordaria não só a tua casa, mas a vizinhança inteira...
Legião Urbana

sábado, 8 de setembro de 2007

Há tempos

Houve um tempo em que
a pureza foi roubada.
Lobos alimentavam-se do sangue do cordeiro,
manchando a honra do inocente com sangue.
Gritos mudos da inocência
que por ser inocente
não sabia exatamente o que fazer...

..E há tempos nem os santos têm ao certo a medida da maldade...
Legião Urbana

All Star

Hora do banho.
Eu o fico admirando. Ele se vira e pergunta:
- Dá pra você parar de me olhar com essa cara de tarado? (Risos)
Os momentos que se seguiram àquela tarde foram estranhos, confusos.
Ele não conseguia acreditar que tinha transado com um homem e achava que eu nunca tinha.
Eu, desnorteado, sem saber como eu podia ter me permitido "cair" daquele modo. De novo. Neurose. Eu tinha que ter relaxado, simplesmente.
Como já havia dito em "Carne e osso", passei por um período de conflito interno muito grande devido à minha bissexualidade logo que cheguei ao Rio e a primeira relação com um homem novamente foi justo naquela tarde. Outras vezes se repetiram com ele, sempre nas mesmas condições.
O vento, assim como trouxe amigos novos aqui no blog, encarregou-se de levar o Leo da minha vida, e o traz de vez em quando, exatamante como quem sopra uma brisa suave no rosto.
Ele saiu de casa, é cunhado de um amigo nosso. Embora nada tenha sido dito à sua esposa, hoje, ela não me suporta. (rsrsrs). Minha mãe até hoje acha que ele se casou em menos de um ano justamente por medo de ser bi. Isso, na verdade, já não importa mais.
O sofá continua lá.
Com a mesma estampa.
Eu me apaixonei, sei disso.
Nunca admiti...
* * *
Estranho seria se eu não me apaixonasse por você...
Nando Reis

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Qualquer coisa

... E naquela semi-permissão eu fui avançando.
Fiz a massagem completa nas costas.
A cada ponto novo senti que ele cedia de uma maneira inesperada. O meu pau, latejando, roçava na bunda dele, que mesmo com short, era linda de se ver empinada na posição de bruços.
A massagem prosseguiu, ele se virou de frente, e eu passei a fazê-la no tórax, branco e liso, olhando-o nos olhos.
Sempre.
O cheiro de hidratante se misturava ao de sexo, exalando um perfume novo que embriagava, seduzia e inspirava os mais íntimos desejos de dois homens em uma colchão de solteiro numa tarde quente de domingo. Cada toque dos dedos dele, agora massageando as minhas costas faziam arrepiar a alma.
O ato foi consumado dessa mesma maneira: sutil, pleno, perfeito, tendo seu ápice da maneira mais prazerosa que dois homens podem se permitir. Eu, entregue, não sabia fazer outra coisa senão ceder aos caprichos daquele homem que, naquela tarde, foi meu...

* * *
...Já qualquer coisa doida dentro mexe...

Caetano Veloso