sábado, 16 de abril de 2011

Mau mau

Ano passado, depois do término com o Beto, eu viajava cada vez mais pra Vix.

Adendo: Vix é minha segunda casa, muitas vezes mais que em Belém, onde nasci.

Interessei-me por um garotinho loiro, com cara e ascendência alemã: Maurício. Meu Mau mau.

19 anos, jovialidade – senti-me como uma amiga cacura de 60 anos que me diz: “Juventude é a Beleza do Diabo”. – espírito aventureiro. Recém formado em Petróleo e Gás. Chegamos a cogitar a possibilidade de ele vir fazer a pós como bolsista no FUNDÃO. Alto. Um fofinho como pessoa. Muito daquele garoto que iria mudar o mundo... Confesso que senti novo ânimo após o término com o Beto quando o conheci. Vontade de mover-me da atual inércia em que me encontro.

Mas o pra sempre, sempre acaba...

Ele falou aos pais; mais por conta das divergências com o irmão com quem estava morando; saiu do armário. Foi mais corajoso do que eu poderia ser. Afinal eu abri pra minha mãe a bissexualidade depois de já ter saído de casa e tals. Hoje me vejo mais homo que outra coisa, mas isso é outro assunto. Os pais dele o mandaram pra Rondônia com a tia na desculpa dele ir esfriar a cabeça. Inventou um pretexto qualquer e voltou a Vix, claro.

E voltou. Na volta passou expresso pelo Rio, e eu, cansado não tive forças pra ir encontrá-lo. Ficou putinho.

Fui à Vix recentemente à trabalho e o revi. Forcei o encontro já que ele não atendia minhas ligações nem nada.

Cheguei lá no supermercado onde ele trabalha de repositor (pode?). E ele a princípio não teve cara de me olhar nos olhos. Depois foi relaxando e eu vi maldade em seus olhos. Disse que tinha mudado e que tinha aprendido muitas coisas com o novo namorado, um carinha de 17 com o qual está morando pelo que entendi. Chamei-o pra ir ao bar em que sempre íamos. Sem grana, alegou e eu disse que isso nunca foi problema, até mesmo porque fizemos muitos programas legais juntos e sem dinheiro.

Terminei a conversa pedindo que ele ao menos atendesse às ligações, o que demonstrava boa educação. Liguei mais tarde ainda naquele dia e o celular só dava fora de área.

O Rick me perguntou se eu esperava reencontrar o mesmo cara que conheci. Respondi que não, mas que não precisava ser daquele modo.

Confesso que fiquei triste, esperava que pudéssemos ao menos conversar, pois me sentia um pouco culpado. De certo modo ele saiu do armário comigo. Queria saber se ele estava bem com a situação. Atrás daquela capa de superboy tinha um garoto novo e cheio de anseios e planos.

Um cara que infelizmente não existe mais.

* * *

Mas é que eu tenho que manter a minha fama de mau...

Minha fama de mau; Roberto Carlos

sábado, 9 de abril de 2011

Aos príncipes-sapos, lobos

O Caio tem certa dificuldade pra administrar os próprios problemas. Some. E eu, canso de ir atrás.

Engraçado como a carência transforma sapos em príncipes.

Do jeito que eu estava por conta do Zezinho, idealizei algo com o Vinny que nunca vai rolar. O Laka, o sorriso e tantos outros gestos só foram vistos, ou melhor, enxergados por mim.

No trabalho ele se afastou por completo a ponto de meio que me ignorar. Acho que tem medo que alguém descubra. Mas é questão de tempo. Já estão "sacando" ele.

Cheguei a perguntar o que tava rolando, se ele queria conversar a respeito. Em vão.

Ele se esquivou até o final.

Final. Não há finais para assuntos não iniciados. Na avaliação geral acabou sendo idealização minha, carência, mesmo. Como escrevi no link ali em cima.

Perguntei então, quando a gente ia conversar e ouvi:
- Acho que a gente não tem nada pra conversar.

Fiquei sem ação. Deixei por isso mesmo. E lembrei que em vez de príncipes, caras espertos como eu, preferem os lobos.

Te ouvem melhor, te veem melhor e ainda te comem!

* * *
...Levando o segredo e o meu desejo
Príncipe dos Mares, SANDY & JR