sábado, 29 de março de 2008

Cruzada

A melhor parte da calmaria que se segue depois de uma tempestade, é percebeu o quanto você aprendeu.
E o quanto você mudou.
Físicamente, você se dá conta após seis anos porque os amigos não te reconhecem. A família não te reconheceu.
E finalmente você passa a reconhecer que enfim, mudou.
Agora, você pode ter opinião.
Dito isto, em post anterior, você passa a ser alguém que tem seu ponto de vista.
O mais libertário é não depender de ninguém e por isso mesmo poder exprimir essa opinião.
Acolher, mas ter a certeza que está de certa forma, educando.
E da mesma forma que sorri, também aponta os defeitos.
Amigo é esse.
E eu tenho sido assim últimamente.
Assim pareço mais comigo, como propõe a letra do post de hoje.
Sinto às vezes que tenho que controlar certas explosões.
Nada que aflija.
Ainda.
* * *
...Não há sinal de cais
Mas tudo me acalma no seu olhar
Você parece comigo
Nenhum senhor te acompanha
Você também se dá um beijo dá abrigo
Se dá um riso dá um tiro...
Beto Guedes

sexta-feira, 21 de março de 2008

Fly Away From Here VII

Finalmente encerro a viagem.
Com o mesmo pensamento de liberdade.
Pensamento de quem viu injustiças serem cometidas em nome do argumento "criação" ou ainda "paternidade" justificados pela expressão:
_ Ela não nos inspira confiança.
Tal como há seis anos, nossos sonhos estão cada vez mais em um lugar fora daquele, fora do pensamento ZINHO provinciano que teima em existir em cidades como Belém e Campos, no Rio.
A liberdade de uma jovem de 15 anos é tolhida e não há nada que me seja permitido fazer.
Eu me vejo espelhado nessa jovem.
A diferença principal é que eu estava com 17 anos, era um adolescente mas, homem e tinha convivido fora dali por dois anos da minha vida.
Minhas esperanças e as dela, Última, aprisionada no seu borralho pós-moderno sem direito a um segundo grau de efetiva qualidade e ainda assim, estreitando seu futuro, afunilando suas chances e , de certa forma, desperdiçando juventude no seu grau mais puro, na adolescência, perdendo um tempo precioso que jamais retornará. Nem que se passem mil anos e nem pelos séculos dos séculos.
Mas eis que um dia ela completará 18 anos e nada irá impedí-la e eu estarei pronto para recebê-la.
Mais ou menos o que fizeram comigo quando eu tinha apenas 17 anos. Há quase sete anos.
E eu me lanço de lá novamente, ansiando por liberdade, o que tenho certeza que cedo ou tarde ela também o fará...
* * *
Our hopes and dreams
Are out there somewhere
Won't let time pass us by
We'll just fly
Aerosmith

domingo, 16 de março de 2008

Fly away from here VI

Após nova recaída em 2001, eu decidi que iria trancar o cursinho e passei a fazer psicoterapia. Foi bom, afinal, eu teria alguém com quem conversar abertamente. E foi muito proveitoso pois pude esclarecer diversas dúvidas de adolescente, de menino e de homem.

Do menino que cresceu e já era um adolescente e que em breve se tornaria um homem.
Foi então que surgiu a oportunidade da viagem.

E com ela, descanso.
Querendo ou não eu sabia que era definitivo.

Eu jamais voltaria.
Pra qualquer que fosse o destino eu também voaria.
Fosse um dos 60 destinos da GOL.
Eu simplesmente não me importava.
Se apenas voasse dali.

* * *

...Then fly away from here
To anywhere
Yeah,
I don't care
If we just fly away from here...
Aerosmith

domingo, 9 de março de 2008

Fly away from here V

Eu estive doente por um certo tempo.
A explicação mais plausível, se é que eu posso definir assim, foi que eu enfraqueci espiritualmente e que "amiguinhos" espirituais, até mesmo sem intenção acabaram me obsediando ( entenda-se por obsessão o enfraquecimento espiritual através de energia de um espírito para o outro quer esteja encarnado ou não) Deste modo, não foram pouco os templos e religiões que a família, primordialmente, me levou a conhecer.
Putz!
Fui a terreiros de candomblé, igreja evangélica, fui exorcizado. Até que me levaram em uma casa que souberam me responder a algumas perguntas. E lá foi a primeira porta que efetivamente se abriu.
No entanto, não foi suficiente.
Levado eu fui à outra casa onde efetivamente sosseguei.
Foi difícil, mas foi instrutivo.
Em Belém esses dias, voltei a antigos templos que me receberam quando eu estive mal. E me receberam como se ontem eu tivesse saído de lá.
O mais impressionante foi saber, que cada um a seu modo , me mostra que ainda há uma preocupação do mundo espiritual comigo, com a minha vida, seja como eles dizem:
_ Há um plano de Deus pra você.
ou
_Desenvolva seus dons, você será cobrado.
Seja de que forma for, entendo agora que tenho que respirar bem fundo. E fazer uma outra prece.
* * *
...Take another breath
And say another prayer...
Aerosmith

domingo, 2 de março de 2008

Fly away from here IV

Todos cometemos erros.
Há sete anos eu me apaixonei simultâneamente por um homem e uma mulher.
Não estava dividido, eu soube levar bem a situação. Era uma fase de descoberta e aprendizado. Com ela eu aprendia a ser um homem, com ele descobria que tinha um.
Com Carla, eu aprendia a ser paciente, bastante paciente. Com Breno, eu simplesmente deixava-me arder. Ela, amor; ele, tesão.
Carinho com ela, Volúpia com ele.
Com ela, um certo recato; com ele, corpos nus na minha cama de solteiro.
No fim, sei que amei os dois. Cada um ao meu modo. E de um modo particular, eu me envolvi.
Deixei rastro. Meu pior defeito. E isso me custou muito.
Fui rotulado de todos os lados, por causa de ambos. No final, só, resolvi que a viagem ao Rio viria em boa hora. E veio.
E joguei tudo pro alto, disposto a recomeçar.
Em outro estado, a minha vida, de outro modo.
* * *
...We all make mistakes
Yeah, but it's never to late to start again...
Aerosmith