domingo, 27 de julho de 2014

Atestado de óbito.

Não deu.

Por mais que eu insistisse em não ver, a diferença de personalidades entre mim e o digníssimo se tornou gritante.

Ele é antissocial. Fato. Do tipo que não convive com os amigos. Até mesmo porque colegas de trabalho e de academia pra mim, não podem ser considerados amigos.

Ele não convive com esses.

A nossa relação foi tornando-se essa bolha.

Até que mês passado pouco depois do dia dos namorados ele colocou alguns questionamentos na minha cabeça que gritaram mais forte: Sobre o que eu iria querer pro nosso futuro. Sobre como seria a nossa vida morando juntos. Coisas do tipo.

Foi então que as diferenças que eu teimava em não ver ressurgiram com força total.

Eu não tenho problema em receber amigos de fora do estado no meu ap e mês passado mencionei que duas amigas, uma de Belém e uma de Sampa viriam passar dez dias aqui. Sendo que o meu primo está morando comigo há uns dois meses porque tá procurando local no Rio pra morar. Foi quando ele me perguntou onde elas iriam ficar. Eu falei que na sala, no quarto, onde coubesse um colchão. Ele me respondeu que era muita cara-de-pau das pessoas fazer algo assim, como se fosse a pior coisa do mundo. Eu acrescentei que não via mal nenhum e foi então que comecei a refletir nisso absurdamente.

Ele está mobiliando um ap agora que está ficando lindo, pra simplesmente não receber ninguém. 

Essa falta de sociabilidade dele tornou nossa relação uma bolha. 

Ele diz que não vive a vida dos amigos, mas o Rick me falou algo que eu sou obrigado a concordar. Não vivo a vida dos meus amigos, mas construo uma história com eles.

Nossa vida saiu da rotina de comer pizza às sextas à noite na casa dele, pra virar uma sequência de idas ao cinema no shopping. Sempre só nós dois. No verão, praias, mas só nós dois.

E ele não vai alterar isso na própria vida porque é a personalidade dele, é o jeito dele e aos 41 anos de idade não vejo como isso possa mudar.

E eu não vou conseguir viver nessa bolha. Ainda essa semana, infelizmente vou terminar o namoro.

* * *
...Não, não, não suporto mais
Prefiro andar sozinha como sou...
Chega, MART'NÁLIA