quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Disse não

Ria um pouco, aperte o play.


E eu disse não pela primeira vez.

Se foi o correto, no momento não tenho como precisar.

Sei disso tudo que a hora em que ele escolheu pra me pedir em namoro foi deveras imprópria.

No pós-coito, ainda inebriados pela aura do sexo selvagem (e põe selvagem nisso) ele, com o seu corpo pesando sobre o meu literalmente, me pergunta:

- Posso te fazer uma pergunta?
- Se eu puder responder agora.
- Acho que você pode sim.
- Pergunte, então.
- Quer namorar comigo?
- Agora não.
- ...
- Saí recentemente de dois relacionamentos seguidos, onde eu não conhecia os caras e nos quais eles se precipitaram em me pedir em namoro e eu, me deixando levar, aceitei. Não digo que a gente não possa, mas no momento quero te conhecer melhor.
- E nós podemos continuar nos vendo então?
- Claro, estamos nos conhecendo, não?

Mas ele andou levantando uns questionamentos que não fiquei nem um pouco à vontade pra responder, ainda mais, pelo face. E mesmo eu  dizendo que não responderia ele só desistiu quando fiquei offline e respondi a um torpedo com: 
saí da net pq preferi ser mal educado a ser estúpido com vc.

Fiz certo?

* * *

...Me encontrou tão desarmada que tocou meu coração
Mas não me cobrava nada. Assustada, disse não...
Teresinha; MARIA BETHÂNIA

sábado, 22 de setembro de 2012

Flashback

Play. Pode ser?
Certas paixões nunca mudam, bem como certas feridas nunca cicatrizam.

Essa semana foi aniversário de uma pessoa pela qual fui apaixonado.

Roubei (não façam isso em casa, crianças) de uma revista do meu trabalho uma página contendo uma crônica do Manoel Carlos falando sobre olhos verdes. Aqueles olhos.

E que olhos verdes. Os mesmos que, fixados em mim, liam-me a alma. Poucas pessoas mexeram comigo, despertando os meus instintos mais primitivos como na citação daquele famoso político envolvido no escândalo que é julgado nos dias de hoje em rede nacional.

Era uma paixão boa, nossa cama pegava fogo, mas ao mesmo tempo era meio doentia. Nossas noites de amor são memoráveis e nossas brigas tanto quanto.

Eu, o gentleman que sou (quando quero ser) ofertei a crônica, devidamente emoldurada e com passe-partout adequado. Aliado a isso, ofereci um bolo mármore com coca-cola e como o papo foi rendendo, um jantar pra dois sem nenhuma segunda intenção inicial. Pra constar: farfale à bolognesa.

Após ter-nos refestelado ficamos os dois largados no chão da minha sala, e um beijo aconteceu. Como há anos não acontecia. Fomos ao meu quarto onde, na iminência de nos despirmos entre beijos lascivos eu perguntei:

- Posso?
- Não. Obtive como resposta.
- ...
- Espere. Ouvi, de olhos fechados enquanto se despia.

Mais à vontade recomeçamos. "Nem sempre o que se fala é o que se quer. E agora você pode fazer o que quiser".

E foi interessante relembrar aquele gosto amargo do teu corpo que impregnou meus lábios por horas no pós-coito. Não falamos nada sobre o fato ocorrido. Talvez eu tivesse medo de falar algo de que viesse a me arrepender depois, como de costume. Talvez exatamente por isso tenhamos preservado o laconismo.

E ali ficamos, imersos no silêncio das horas. Tomamos banho, cada um a seu tempo, arrumamos a louça do jantar e nos despedimos, com um selinho, me fazendo pensar por horas na Merda que acabara de ocorrer e ao mesmo tempo evitando pensar.

* * *

Aqueles olhos verdes, translúcidos, serenos...
Aqueles  olhos verdes;  MILTON NASCIMENTO

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Avó sábia

Pra motivar.
A ex-namorada da minha prima hoje tem uma nova namorada e talvez por isso tenhamos nos afastado um pouco. Mas revirando minha caixa de e-mails pra eliminar os antigos, deparei-me com o seguinte texto enviado por ela e que me fez perceber beleza nesse dia chuvoso (finalmente) do Inverno Carioca.

"Sabedoria de Avó.
Quando eu for bem velhinha, espero receber a graça de, num dia de domingo, me sentar na poltrona da biblioteca e, bebendo um cálice de vinho do Porto, dizer a minha neta: 
- Querida, venha cá. 
Feche a porta com cuidado e sente-se aqui ao meu lado. 
Tenho umas coisas pra te contar. 
E assim, dizer apontando o indicador para o alto: 
- O nome disso não é conselho, isso se chama colaboração! 
Eu vivi, ensinei, aprendi, caí, levantei e cheguei a algumas conclusões. 
E agora, do alto dos meus 82 anos, com os ossos frágeis a pele mole e os cabelos brancos, minha alma é o que me resta saudável e forte. 
Por isso, vou colocar mais ou menos assim: 
É preciso coragem para ser feliz. Seja valente. 
Siga sempre seu coração. 
Para onde ele for, seu sangue, suas veias e seus olhos também irão. 
Satisfaça seus desejos. 
Esse é seu direito e obrigação. 
Entenda que o tempo é um paciente professor que irá te fazer crescer, mas escolha entre ser uma grande menina ou uma menina grande, vai depender só de você. 
Tenha poucos e bons amigos. Tenha filhos. Tenha um jardim. 
Aproveite sua casa, mas vá a Fernando de Noronha, a Barcelona e a Austrália. 
Cuide bem dos seus dentes. 
Experimente, mude, corte os cabelos. Ame. Ame pra valer, mesmo que ele seja o carteiro. 
Não corra o risco de envelhecer dizendo "ah, se eu tivesse feito... 
Vai que o carteiro ganha na loteria - tudo é possível, e o futuro é imprevisível. 
Tenha uma vida rica de vida! Viva romances de cinema, contos de fada e casos de novela. 
Faça sexo, mas não sinta vergonha de preferir fazer amor. 
E tome conta sempre da sua reputação, ela é um bem inestimável. 
Porque sim, as pessoas comentam, reparam, e se você der chance elas inventam também detalhes desnecessários. 
Se for se casar, faça por amor. Não faça por segurança, carinho ou status. 
A sabedoria convencional recomenda que você se case com alguém parecido com você, mas isso pode ser um saco! 
Prefira a recomendação da natureza, que com a justificativa de aperfeiçoar os genes na reprodução, sugere que você procure alguém diferente de você. 
Mas para ter sucesso nessa questão, acredite no olfato e desconfie da visão. 
É o seu nariz quem diz a verdade quando o assunto é paixão. 
Faça do fogão, do pente, da caneta, do papel e do armário, seus instrumentos de criação. 
Leia. Pinte, desenhe, escreva. E por favor, dance, dance, dance até o fim, se não por você, o faça por mim. 
Compreenda seus pais. 
Eles te amam para além da sua imaginação, sempre fizeram o melhor que puderam, e sempre farão. 
Não cultive as mágoas - porque se tem uma coisa que eu aprendi nessa vida é que um único pontinho preto num oceano branco deixa tudo cinza. 
Era só isso minha querida. 
Agora é a sua vez. 
Por favor, encha mais uma vez minha taça e me conte: como vai você?"

* * *
Como vai você? Eu preciso saber da sua vida...
Como vai você; ROBERTO CARLOS

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Precisão

Aperte o play.


De repente preciso disso, que se consume o tempo.

Descobrir esse tempo que recolhe todo o sentimento e recoloca no meu corpo.

Descobrir algo que realmente eu queira.

Reencontrar, talvez num tempo da delicadeza um alguém que eu era, um alguém que eu fui.

Alguém romântico e apaixonante, às vezes até um pouco idiota. Um alguém que era antes de conhecer enganadores de menininhos inocentes. E que me fizeram criar um muro de auto-sabotagem para relacionamentos que infelizmente se expandiu para todas as espécies de relações que eu possa ter. Alguém que embora às vezes forjasse um sorriso sendo por vezes até mesmo inconveniente, mas alguém que tinha algo do que rir. Até de si mesmo.

Consigo afastar os amigos, os amantes, os companheiros de jornada e os de trabalho. Poucos conseguem quebrar essa máscara kabuki que eu teimo em usar. Com as mais diversas expressões de cinismo sem o mínimo de veracidade.

Que vontade de viajar pra Escócia.

Ou pra região serrana. 

Sozinho.

Ou não.

Tenho estado angustiado, sem interesse nenhum profissional, emocional, motivacional, financeiro.

E não é papo de duro ou pé-rapado. Não tenho grana pra muitos luxos, mas se eu quisesse viajar amanhã, conseguiria, por exemplo.

Não tenho é animo.

Não sei o quê, mas de algo eu preciso.
* * *
Preciso dominar essa emoção,
o que é verdade ou não pra se viver...
Preciso; MARGARETH MENEZES

terça-feira, 24 de julho de 2012

Fofocada

Detesto fofocada.

Curto fazer trilha, fui inserido em alguns grupos pra tal. O da minha prima composto apenas pelas meninas do brejo, se me entendem. Um de Camping, que um ex-peguete me convidou e o Trilhas, criado pelo Xande, um amigo hétero gente boa da minha prima que me incluiu e com o qual pude dividir as melhores trilhas que tive o prazer de realizar.

Pois então, o grupo que no qual ele me inseriu é seleto. Gente de todas as idades, classes sociais e, infelizmente, de todos os tipos de caráter.

Se eu não gosto de uma determinada brincadeira, atitude ou gesto seu, na mesma hora ou  na primeira situação oportuna eu desfaço qualquer mal-entendido que possa haver. Sou assim e ponto. Quebrei o pau contigo, desabafamos. Tudo bem, amizade que segue sem maiores transtornos. Coisa de momento e o Rick também age desse modo. Acho que também por isso vivemos brigando. Repito, sou assim. e nem é síndrome de Gabriela.

Algumas pessoas desse grupo, não o são.

A Carla é exemplo claro disso. Ela fez uma brincadeira que eu não gostei na penúltima vez em que estivemos juntos. Me deu um chute na parte posterior da coxa que eu não gostei, claro. Disse na mesma hora e pedi pra que aguardasse eu esfriar a cabeça pra conversarmos. E assim o fiz.

Depois do Arraiá que durou todo um final de semana em Saquarema, eu voltei com excelentes impressões da galera. Gente fina, elegante e sincera, como na música do Lulu. Engano meu. Em sua grande maioria, creio eu, são realmente assim. A minoria, leia-se Carla; a minha prima; a namorada da minha prima que as pessoas supostamente não as veem como casal. Supostamente. Enfim, até onde eu saiba.

Minha prima me passou um mega sabão pelo Face. Que eu era inconveniente, que todo mundo reclamou e tal. Felipe disse que estava de boa, eu peguei pesado em algumas brincadeiras com ele. Com Carla até então tudo tranqüilo, tanto que tinha me convidado pra um queijos e vinhos em Teresópolis. Não vi porque me preocupar e entendi que era exagero da minha prima por medo que eu as tirasse do armário forçosamente.

Nesse fim-de-semana teve Irmão Maior com acesso pela comunidade pacificada do Vidigal. Xande me mandou alguns torpedos falando do aniversário dele e pedindo pra que eu tivesse modos porque algumas pessoas reclamaram. Leia-se de novo Carla. As outras pessoas não sei quais foram. Decidi apenas, depois do chat por sms com ele que serei indiferente àquelas que não considero amigas naquele grupo. E tenho dito.

Deveria fazer como a Drika recomendou. "Estou contigo e manda o resto se f...

Mas não vou dar esse gosto. Indiferença passou a ser a palavra de ordem.

* * *
Se eu for ligar pro que é que vão falar, não faço nada...
O mundo; CAPITAL INICIAL

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Mozão

Sei que é cedo pra versar sobre o assunto.

Sei ser mais cedo ainda tomar quaisquer conclusões que sejam sobre essa nova relação que por agora se inicia e que, hoje, completa uma semana. Mas tudo tem fluido de maneira tão intensa e ao mesmo tempo natural que eu não tenho como negar que estou interessado nele.

Como é de conhecimento de quem acompanha o blog, na Entressafra eu tenho visitado o Chat do Universo OnLine. Pois bem, há uma semana, eu entrei com o nick de sempre: o que eu visto (até nada) + a sigla da faculdade aqui de perto.

E ele entrou com um nick algo sério ou outro nick nesse sentido. Chamou pra conversar eu falei que estava a fim de sexo, que costumava ter local, mas que minha secretária do lar estava faxinando em casa. Ele tinha local então eu me desloquei. Até mesmo por ser perto.

Peguei uma condução. Andei uns cinco minutos e cheguei até a casa dele, branca, com portas e janelas verde-bandeira. atravessei o pequeno portão de ferro e toquei as campainhas. São duas, mas depois eu conto isso (se lembrar, hehe).


-Oi. (me recebeu de roupão)


-... (avancei naquela boca como se fosse o mais certo a se fazer)


-Vamos lá pra dentro.


-Claro.

Ele me guiou por dentro de uma casa ampla, clara, com muitos detalhes afetivos, decoradas por descendentes de ciganos. Embora haja sempre a vontade, não detalharei sordidamente como a nossa cama foi boa e bem realizada. Rimos, após o coito, nos apresentando formalmente. Prazer, Seu mozão. (Os caras da imagem acima poderiam ser nós dois, mas temos ambos os cabelo escuros)

O Mozão perguntou se eu tinha fome, eu disse que agora, sim. Ele esquentou a lasagna de microondas que havia sobrado do seu almoço e me deu, na boca. Começou a mimar esse escorpiano filho-único ali, na primeira hora de relação. O descendente de ciganos leu a minha mão, acertou muita coisa, mesmo. E suas previsões foram animadoras: longevidade, estabilidade, dois casamentos duradouros, mas ausência de filhos.

Naquele mesmo dia ele me convidaria a conhecer duas amigas dele, simpaticíssimas que me trataram muito bem e com as quais comemos pizza na Glória. Demos uma volta na Lapa, ele sempre muito carinhoso comigo. Dormimos juntos àquela noite. Eu fui ao interior do Estado para o aniversário da minha tia e ficamos juntos novamente no domingo à noite, quando eu voltei.

Desde então temos nos falado todos os dias e ficamos juntos vários dias dessa semana. E tem sido bom.
* * *
...E eu vou tratá-la bem pra que ela não tenha medo
quando começar a conhecer os meus segredos...
Segredos; FREJAT

domingo, 8 de julho de 2012

Entressafra

Na entressafra, as propostas surgem.

Dei férias ao meu coração mas nunca dou ao meu pênis, e nessa fase as propostas mais estapafúrdias surgem.

Meio cansado do site de caça, tenho frequentado mais assiduamente o Chat do UOL e tem sido, como podemos dizer, produtivo...

As propostas mais absurdas acabaram surgindo dali.

Imaginem vocês que um aprendiz de palhaço, na verdade um aluno de circo (sério!) me conheceu e - Oh, mundo pequeno!!! - sendo também ele da minha hometown, conversamos bastante. Ele tem um namoradinho que está lá, ainda não entendi bem o porquê; um amigo meio colorido, na verdade um ex que virou amigo e com o qual mora e pelo que entendi, em tempos de carência gritante eles trocam faíscas. Complicado, né. Eu, que vos escrevo e pouco presto, comecei a chama-lo de mozão, paixão e outros apelidozinhos que namorados amam. Ele teve a audácia de me propor que eu fosse amante dele. Posso?

O outro, na contramão de todas as relações lógicas, me propõe uma parceria fixa... pra rolar direto; realizar todas as fantasias e putarias que sempre quisemos; e com o tempo se rolar... algo mais. Palavras do próprio. Tipo, eu já ouvi, sei de casos de amigos próximos, não me é palatável, mas torna-se compreensível que casais gays após anos de convívio admitam terceiros pra reavivar a chama da relação. Mas isso assim, na outra via, é meio insano, concordam?

Desses o mais sensato foi o Caio. Ressurgido do passado, pra uma convenção do trabalho (ele mora em Goiânia, agora). Me convidou pra ir à TW com as despesas pagas por ele. A noite foi ótima e agora de manhã ele acordou com sede, digamos assim. Foi honesto.

* * *
Eu te proponho...
Proposta; ROBERTO CARLOS

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Pausa...

Porque tem horas em que eu queria apenas poder ser feito de Titanium.

O coração exausto dentro do peito, pede uma uma pausa antes que possa gritar NEXT!!! uma outra vez.



* * *
...You shoot me down, but I won't fall
I'm Titanium...
Titanium; DAVID GUETTA ft.  SIA

sábado, 26 de maio de 2012

Do BHY

Não sei como reblogar aqui, então segue cópia fiel do original:

http://bhy.tumblr.com/post/22947295838/o-tempo-nao-cura-nada-o-que-cura-e-merthiolate-o

Não deixe que seja tarde.





O tempo não cura nada. O que cura é Merthiolate. O tempo alivia, feito estar carregando uma sacola pesada num ombro e muda-se de lado. O peso é o mesmo. Indiferentes a isso, o Sol sempre vai nascer e o oceano sempre vai salgar sua boca. Com indiferença de volta, não se importe, você é quem importa. Dirigir em ruas solitárias acalma. Aprender a dirigir, não. Sempre haverá uma música começando a tocar. Os livros sempre vão terminar. Alguns, com finais felizes. Os pássaros ainda vão voar para o sul. Não perca seu norte. Portas fechadas podem ser abertas. Os olhos são a janela da alma, mas não tente passar por elas, você pode se machucar. Se isso acontecer, já sabe, Merthiolate. Às vezes, só isso não basta. As algas marinhas produzem 90% do oxigênio da Terra. Você produz gás carbônico. As plantas, fotossíntese. Estrelas morrem e nascem todo dia. O Sol ainda arde.

Nunca é muito tarde.

Eu te amaria.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Complicated

“Então vamos continuar até um de nós sentir algo mais. Aí paramos.”

É isso? O mundo dos Relacionamentos resume-se a isso?

As pessoas tem medo de se envolver e simplesmente somem. Não é mais fácil dizer que "não bateu", "não rolou química", e soltar um "podemos ser amigos, se você quiser" ? Cabendo então à parte que escuta decidir por esse possível status de amizade ou não?

Sumir é tão mais fácil assim? 

Ignorar as ligações, as mensagens no Messenger, as "cutucadas" no Facebook pra mim, não denotam somente falta de interesse. Pra mim também são sinais claros de falta de educação. Porque, até um tempo atrás (recente, inclusive), quando se era interessante pra esse alguém, tal ignorância não existiria. Muito pelo contrário, era justo parecer-se disponível para falar amenidades quaisquer que fossem, depois de passada a fase: qual seu peso/ altura/ ocupação? No melhor estilo Eduardo e Mônica - conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer...

 A máscara da força, da auto-suficiência está à frente de qualquer gesto espontâneo, que possa, mas não necessariamente expor as fragilidades da nossa condição humana. Estamos carentes de tudo, de atenção, amizade e lealdade, mas acima disso, como diria o Arnaldo Jabor - Estamos carentes de amor.

Por que os caras às vezes complicam mais que as mulheres?

Eu  não fui atrás de ninguém. Até esnobei um pouco. Involuntariamente, até. Daí as pessoas se mostram seres especiais com quem eu gostaria de dividir alguns momentos e quem sabe ensaiar uma relação. Quando é minha vez de me mostrar interessado e tal, as pessoas somem.

Já sei, esses olhos que estão lendo podem induzir o cérebro a pensar: Putz, o cara deve ser pegajoso, ligar umas 20 vezes, cobrar satisfação, monitorar a vida. Fato. Eu tabém pensaria se tivesse realmente acontecido. Mas não aconteceu. Dei o espaço das pessoas. Respeitei o "vou cuidar da minha religião" e o "eu te ligo pra gente tomar café" que resultaram num afastamento seguido de completa ausência.

Daí eu me pergunto: Seria medo de se envolver, gostar e com isso a possibilidade de se machucar e sofrer as consequências boas ou ruins de se comprometer a conhecer alguém pelo menos?

“Então digo que podes sofrer. Eu aguento. O mundo aguenta.”


Sempre se aguenta e já dizia o poeta que o mundo não pára pra que você possa consertar seu coração partido.

Mas, deixe-se ficar um pouco mais, um tanto mais, necessário o suficiente pra que possamos nos conhecer um pouco melhor.

E, se eu me apaixonar por seu jeito doce de fechar os olhos quando estiver sorrindo, ou pelos furinhos no queixo ou covinhas na bochecha quando isso acontecer, eu vou te fazer sorrir muitas e muitas vezes, pelo simples fato de me fazer feliz a tua ação de sorrir, simplesmente. Só tenho um algo a mais. Se eu realmente me apaixonar;

“Se chegar mais perto, eu não te deixarei ir...”


Trechos grifados extraídos do filme Sexo sem compromisso
* * *
And If you could only let it be, you would see...
Complicated; AVRIL LAVIGNE

quinta-feira, 29 de março de 2012

Identifique-se!


Primeiro: Não é um truque de quem não tem nada pra postar.

Só que eu me identifiquei muito com esse vídeo que o Fred do TPM de MACHO, postou em comemoração ao aniversário deles.

Me identifiquei com o "Ela" do texto.

Não interagir de manhã cedo enquanto não escovar os dentes.

Meu despertador também toca 50 vezes, mas, nem sempre chego na hora. Socialmente então, quase nunca chego.

Atos espontâneos me desarmam por inteiro.

Não sou mais O romântico por natureza que confesso,  um dia fui.

Aprendi, e não sei se isso é saudável, a não desperdiçar momentos de romantismo com quem um dia eu possa perceber que não valeu a pena. Que só eu me doei, só eu demonstrei, só eu me importava. 

Ser romântico muitas vezes é ser ridículo.

Não que eu tenha medo de ser ridículo quando eu ache que vale a pena. O f... é desperdiçar momentos desses.

Com o Flávio, rolava  uma aura sutil de romantismo na relação. Era bom, mas não vou entrar nesse mérito de porque não deu certo. 

Tô meio assim, numa carência silenciosa nesses últimos dias.

Numa melancolia inexplicável. Deve ser a lua.

* * * 
...Falta eu acordar
ser gente grande pra poder chorar...
O  último romântico; LULU SANTOS


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Não apaixonei

Um argentino amigo meu esteve na cidade por uns dias e me perguntou: - Você já amou alguém?

Eu me peguei rindo ao não conseguir lembrar. Paixão sim. Dessas arrebatadoras eu tive aos montes nos últimos anos. Posso contar nos dedos, ou melhor, nos posts desse blog quantas delas valeram a pena não somente pela experiência como também pelo quão gostoso foi vivê-las. Ficar com aquela cara idiota que o Rick conhece.

Entretanto amor, amor... Não sei.

Flavinho me disse que estava construindo algo mais sólido dentro da nossa inominada relação. Que sentia-se  meio que namorando pois gosta de mim, a nossa cama é boa, se preocupa com a minha vida, entre outros argumentos. Chegou a me pedir em namoro. Acrescentou ter pensado em "casamento", até (Confesso que eu também, remotamente). Porém, isso tudo somente no dia em que eu sentei com ele pra terminar foi que me disse.

Nós estávamos indo bem, algumas coisas me inquietavam e como previsto, o lance não evoluía. Meus preconceitos gritaram alto e eu, de certo modo, sinto vergonha de mim por não conseguir superá-los. Não conheci ninguém interessante mais que ele e se tivesse conhecido acho que me sentiria um tanto culpado nesse momento. Optei pela amizade pura e simples.

O fato de não estar apaixonado me incomoda pra c*#$. 

Transcorreu uma semana e meia desde então, temos nos falado volta e meia por telefone mas, ainda não nos reencontramos pessoalmente.

Embora o  FOXX acredite estar claro aquilo que só eu não enxergo; se cheguei a amar, ainda não tenho como saber.

* * *

Quando olhaste bem nos olhos meus
e o teu olhar era de Adeus...
Atrás da porta; CHICO BUARQUE