terça-feira, 23 de agosto de 2011

Flanando

De repente a vida pára e parece que passa a fazer algum sentido.

Conheci um cara. Pela NET, pra variar e no tal site de caça só pra não perder o costume

Mais velho 20 anos. Encorpado. Como um bom vinho, gostoso de provar e degustar. Tem algo na essência dele que eu descubro aos poucos, que me inebria, me atrai. Embora eu saiba e muito bem que não esteja apaixonado. Ainda não flutuo em nuvens como os reles mortais que se rendem aos encantos de Eros.

No primeiro dia, me disse para ir com calma. Não entendi muito bem o balde de água fria mas, ainda assim, concordei. E fomos, com toda a calma do mundo. E ainda estamos indo. Tem mais de um mês que combinamos ir ao cinema e como as sessões estavam pouco flexíveis, decidimos ir ao ap. dele ver um dvd, comer algo e ficar mais à vontade, se me entendem.

Sushi, alcunha do felino dele, se apoderou do meu colo assim que cheguei. E eu não sou nem um pouco fã de gatos. Esse é digamos assim, tolerável. Adora me morder. Principalmente quando eu o aporrinho um pouco. Amarradão.

Eu tive que me ausentar a trabalho por dois dias e como não entrei em contato, apenas atualizei o meu mural na rede social, ele estranhou.

Me convidou para jantar. Um gentleman, pagou a conta. Não obstante, perguntou-me indiretamente quais eram minhas intenções. Respondi que estávamos nos conhecendo. Que era bom, me sentia à vontade com ele e como ele me havia dito para ir com calma, assim eu procedia, então. Acrescentou que não gostaria de saber caso acontecesse, involuntariamente de eu sair com um outro alguém em alguma viagem a trabalho ou em em alguma eventualidade em que ele não pudesse estar junto. Eu retruquei dizendo que comigo, não quero que aconteça. Ponto. Pra mim, claro.

Enfatizei que sou fiel quando me sinto compromissado com alguém e mais, se sinto esse mesmo compromisso na outra pessoa, meio que um feeling de comprometimento mútuo, sabe? Embora eu ainda não sinta real esse comprometimento nele.

Na semana seguinte durante o café, foi minha vez de perguntar a ele tudo isso, uma vez que ele tinha sido vago durante o jantar. Disse que também estava curtindo. Mas disse algo que me fez querer ter mais calma ainda e sentir um tanto inseguro confesso:

- Não sou muito de relacionamentos, mas estou contigo pro que tiver de ser.

E me perguntei o restante do dia: O que tem que ser?

Decidi relaxar, e continuar levando a situação em banho-maria.


Afinal, tem sido tão bom, sem cobranças, sem neuras, ele tem me apresentado aos amigos, temos ido ao cinema, teatro, restaurantes, exposições, vendo a lua nascer na praia, enfim. Flanado pela cidade sem pretensões. Curtindo algo que tem sido bom. Muito bom, mesmo.

* * *

Como uma ideia que existe na cabeça e não
tem a menor pretensão de acontecer
Apenas mais uma de amor; LULU SANTOS