terça-feira, 10 de março de 2015

Carência ou Insanidade / Namorado ou Terapia?

Não tendo muito o que fazer da minha segunda feira de folga, fui ao cinema.

Lá, assisti um filme que, mesmo tentando ser comédia, tem um desfecho não usual e que me levou a refletir bastante na saída do cinema pois, me identifiquei e muito com as personagens.

Daí a pergunta: Carência ou Insanidade, e qual a cura? Namorado ou Terapia?

Calma. Não pretendo ser tão didático como o filme foi em seu desfecho bem como não direi o nome do filme, mas o meu questionamento é até que ponto nos inventamos a cada relacionamento tentando nos acertarmos com o outro? (Moral do filme e ponto de partida desse post).


Eu sempre fui bastante romântico, confesso. (Não espalhem, tá?) Quase o último daquela música do Lulu Santos. Isso pode ser notado nos primeiros posts desse blog, pra quem me acompanha ou mesmo pra quem queira procurar nos arquivos a partir de 16 de Julho de 2007, data do nascimento desse diário virtual, nem sempre diário, mas essencialmente virtual.

Deixei esse romantismo todo de lado (ou quase) com o tempo. Esse espaço aqui que era o meu jardim, assumiu de vez a identidade de 20 e poucos. Hoje 30, bem-vividos. Mas na essência, mesmo nunca mudamos, então...

Na tentativa de me curar de pretensos relacionamentos que inicialmente só existiam na minha cabeça, decidia na época por me violentar, vestindo a melhor cara de puto e enchendo a cara na boate gay da moda no centro da cidade. Perda de tempo, mas ganho de experiências. A cada nova foda no final da noitada uma futura frustração amorosa estaria prestes a surgir.

Involuntariamente feri um coração ou dois, mas acho que feri mais a mim mesmo no final desse processo que não foi lá muito duradouro. Eu era o cara romântico que queria namorar, mas que teve que se reinventar pra sobreviver.

Nesse processo de reinvenção, tive muitas personalidades:
Romântico, Sonhador, Disponível, Forjadamente desinteressado, Puto, Escroto, Grosso, Apaixonante, Idiota...  Pra cada ex uma personalidade e no fundo, sempre a mesma: um tolo apaixonado tentando ser algo pra alguém.

O último estava longe de ser o Ideal, mas foi o que mais se aproximou disso. Éramos inteiramente díspares na personalidade, principalmente, mas nos amávamos.

Foi o único que me amou exatamente do jeito que eu sou e pelo qual eu estava desacelerando meu estilo de vida pra me adequar a ele. Mas o inverso, não aconteceu, ele não mudou por mim, e pelo visto nem iria. 

Felizmente, ou infelizmente, eu deletei o número de celular dele da minha agenda. Ontem, de certeza, durante o momento de carência/ insanidade eu teria travado contato.

E de novo, o que me falta, me pergunto: Terapia ou Namorado?

* * *

...E dentro de você existe o bem e o mal e a escolha certa
Bem ou Mal; NX ZERO