domingo, 8 de maio de 2011

Marginal meu

Numa situação improvável, o conheci.

Descobri que os capixabas exercem certa atração quase que visceral sobre mim. Tem algo na pele, no cheiro, no jeito deles, que me impele a admirá-los. Tem um não-sei-quê que me faz ficar assim, desse modo entregue e quase indefensável ao simples rasgar de um sorriso seu.

Mini flash back:

Ofereci uma carona, no carro em que estava com minha mãe preta capixaba, e ele aceitou. Afinal, vez passada ela já o tinha levado em casa.

Antes disso sentados lado a lado, o notei. Mais pelas tatoos no braço que por outra coisa.

Perguntei se doeu. Disse que não. Minha mãe perguntou o que era. Eu ri contando-lhe. Ele retrucou: – É uma dor suportável. E mostrou-me parte dela que se estende do pulso direito, toma-lhe as costas e termina no antebraço esquerdo, (nunca sei a diferença de braço pra antebraço, mas acho que deu pra entender) a parte mais próxima do ombro esquerdo. Pronto! (risos).

Ele me esbarrou, deixando suas costas no meu braço enquanto eu passava. Diante disso só pude rir. Foi engraçado. Sentou quase que sincronizado comigo na mesa e puxamos assunto. Perguntei sua idade e elogiei depois: 40 e poucos muito bem vividos.

Quase na hora de entrarmos no carro ele me encarou por cerca de meio minuto dentro dos olhos e a pouco mais que um palmo da minha boca. Tive vontade de agarrá-lo ali mesmo, entretanto em respeito à minha mãe preta não o fiz.

Sentei-me no carona e deixei minha mão passar entre a porta e o banco, passando a mão em sua perna e fomos, carinhos, até o destino dele.

Durante a viagem, cerca de 40 minutos, ele me perguntou quando eu voltaria do Rio.

– Não faço ideia.

– E volta ao trabalho quando?

– Só vou arrumar minha mochila e vou. E aí?...

– E aí o que?

Ele pensou e enfim acrescentou:

– E aí que você pode arrumar sua mochila e ir lá pra casa e sair de lá. O que acha?

– Pode ser...

– Era isso que você queria ouvir, não?

– Claro. Cheguei a pensar que você não fosse perguntar.

Fiz isso e tive uma das melhores experiências do ano. Ele me tratou como a um príncipe.

Beijou meus pés e acariciou e beijou todo o meu corpo. Meus cabelos, meus olhos, minhas costas. Eu já tinha esquecido o quão é bom ter as costas beijadas. Ele não quis sequer penetração. Mas eu não estava ali só pra preliminares, né? (risos).

Falei que preliminares eram excelentes, mas que não tínhamos conhecimento um do outro nem intimidade suficiente para que só isso bastasse. E o sexo foi algo quase surreal. Senti-me desejado como há muito não sentia.

Disse que me atraía o jeito marginal de boutique que ele aparentava: magro, cabeça raspada, barba contrastando com esse look.

E de tudo, isso foi ótimo.

* * *

...Eu sou teu corpo inteiro a se arrepiar

Quando em meus braços você se acolheu...

Meu eu em você; PAULA FERNANDES

Um comentário:

  1. Uau... sincronia mode on... Sábado eu tive os melhores beijos desde há muito. Sorte aí

    P.S. Realmente os barbudos são os melhores. Usei barba anos, agora tô numa fase sem.

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