segunda-feira, 20 de junho de 2011

Santos

Santos é considerada pelo pessoal lá do trabalho uma das piores cidades a ser visitada. Climatológicamente fria, um pouco cara, sem praias bonitas. Enfim, sem tantos atrativos como as outras cidades a que estamos acostumados.

Ciente disso, pois sofri bastante com estas constatações nas primeiras vezes em que lá estive, fiz amizade pela NET (sempre ela) no bate papo da UOL, acredita? Um quarentão simpático, bem articulado, mas que infelizmente não me dá nenhum tesão e que só conheci depois de muito papo pelo msn e telefone, após alguns desencontros lá em Santos em outras visitas.

Ele me apresentou à turma dele, que me assustou de início por só ter quarentões ou pessoas de mais idade. Fui muito bem acolhido por eles, no entanto, e até hoje mantenho contato nas comunidades virtuais, instant messenger e e-mail. Gente que tem prazer em viver.

O caro amigo que vos tecla tem de um modo geral uma facilidade imensa em extraviar celulares e com eles as respectivas agendas de contatos. Resultado: Quinta-feira chuvosa, a pé e sem companhia pelas vielas de Santos. O suficiente para cortar os pulsos, não?

Não, BATMAN, esse Robin aqui é bem mais esperto que os outros candidatos a super-heróis.

Sentei no Empório Dom José, na esquina do canal 4 (a cidade é cortada por canais que acabam sendo referência para os moradores e visitantes), a poucas quadras da praia. O local, um empório que nada lembra as antigas mercearias do tempo da nossa avó com baleira giratória ou papel pardo. No térreo uma lanchonete / restaurante, uma pequena loja de conveniências, uma arara de jornais e revistas à venda e embaixo da escada, uma adega. No andar de cima um salão que abriga buffet livre, e uma varanda com sacada a céu aberto.

Chuva chata...Chávena de chá. Tomei um chá branco com menta acompanhado de biscoitos de nata enquanto esperava o buffet de almoço ser aberto. Esclarecendo um equívoco meu (já por volta de 15 horas) descobri que o café era servido até às 10:30h, o almoço de 11:00h até às 14:30 e a partir das 15h o chá da tarde que eu havia entendido como sendo o horário de almoço.

Assim sendo escolhi para almoçar um Medalhão ao molho funghi com risoto ao mesmo molho. Para beber um Baron d’Arignac, tinto francês demi sec a um excelente preço que me foi recomendado pelo sommelier da casa. Como entrada uma moça simpática serviu-me uma salada verde (assim os santistas denominam salada crua) de alface, cenoura ralada e tomates-cereja. Refrescante.

O prato estava perfeito e fui impelido a solicitar a presença do cheff e elogiar sua destreza. “A gente se empenha pra agradar quem sabe apreciar”. Respondeu-me o elogio. Acrescentei que raras vezes comi um funghi tão bem preparado como aquele. Sobremesa foi um creme de papaia com cassis que confesso não consegui terminar dada a quantidade farta que veio à mesa.

Peguei um exemplar do jornal impresso local e informei-me a respeito da programação local. Levemente alcoolizado na companhia do Baron que me sobrara do almoço vaguei pelas vielas de Santos, em especial a Oswaldo Cruz que abriga a Universidade Santa Cecília. Fui a uma exposição de fotografias no Hospital Ana Costa, ao lado do hipermercado Extra, nas proximidades da Avenida de mesmo nome. As fotos de mulheres clicadas por outras atraem pela sensibilidade do momento que só elas conseguem captar. Porém devido ao espaço reduzido do salão nota-se que os pôsteres ficariam melhor se fossem plotagens em dimensões maiores.

Ali perto funciona o Ponto de Cultura, local fomentador amparado pela administração pública e que oferece oficinas, cursos e palestras variados nos diversos ramos culturais. Funciona no prédio de uma antiga estação dos bondinhos que circulavam pela cidade. Consegui concessão para assistir como ouvinte uma aula da oficina de fotografia. Era cedo então fui ao Pátio Iporanga, ali perto, fazer hora. Peguei um ônibus elétrico e desci alguns pontos adiante na mesma avenida. Adendo: os santistas têm vários Residence Shoppings – hotéis ou residenciais com centros de compra em anexo, ou seria o contrário? E o Iporanga é o mais novo nesse tipo de empreendimento.

Voltei a fim de assistir a oficina e me deparei com uma turma bastante eclética. A ministradora da oficina era bastante acessível e me fez perceber que com uma câmera compacta, essa do nosso cotidiano, é possível conseguir uns efeitos bem interessantes em imagens.

Terminei a noite pedindo uma pizza brotão do Dr. Pizza, que a meu ver tem pizzas de qualidade a um preço que considero justo.

Redescobri num dia, fadado a ser horrível, ainda ser minha melhor companhia: Não atraso, não me canso e o melhor, não reclamo...

3 comentários:

  1. Isso é que é saber transformar limões em limonada! :)

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  2. Oi! O Couchsurfing é bem legal. Dá uma olhada no site e qualquer dúvida me fala: http://www.couchsurfing.org/

    Abç!

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  3. Conheci Santos a muito tempo atrás, tenho poucas (boas) lembranças

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