sábado, 22 de outubro de 2011
E então?
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
When I fall in love
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Flanando
segunda-feira, 18 de julho de 2011
Segunda Via
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Santos
Ciente disso, pois sofri bastante com estas constatações nas primeiras vezes em que lá estive, fiz amizade pela NET (sempre ela) no bate papo da UOL, acredita? Um quarentão simpático, bem articulado, mas que infelizmente não me dá nenhum tesão e que só conheci depois de muito papo pelo msn e telefone, após alguns desencontros lá em Santos em outras visitas.
Ele me apresentou à turma dele, que me assustou de início por só ter quarentões ou pessoas de mais idade. Fui muito bem acolhido por eles, no entanto, e até hoje mantenho contato nas comunidades virtuais, instant messenger e e-mail. Gente que tem prazer em viver.
O caro amigo que vos tecla tem de um modo geral uma facilidade imensa em extraviar celulares e com eles as respectivas agendas de contatos. Resultado: Quinta-feira chuvosa, a pé e sem companhia pelas vielas de Santos. O suficiente para cortar os pulsos, não?
Não, BATMAN, esse Robin aqui é bem mais esperto que os outros candidatos a super-heróis.
Sentei no Empório Dom José, na esquina do canal 4 (a cidade é cortada por canais que acabam sendo referência para os moradores e visitantes), a poucas quadras da praia. O local, um empório que nada lembra as antigas mercearias do tempo da nossa avó com baleira giratória ou papel pardo. No térreo uma lanchonete / restaurante, uma pequena loja de conveniências, uma arara de jornais e revistas à venda e embaixo da escada, uma adega. No andar de cima um salão que abriga buffet livre, e uma varanda com sacada a céu aberto.
Chuva chata...Chávena de chá. Tomei um chá branco com menta acompanhado de biscoitos de nata enquanto esperava o buffet de almoço ser aberto. Esclarecendo um equívoco meu (já por volta de 15 horas) descobri que o café era servido até às 10:30h, o almoço de 11:00h até às 14:30 e a partir das 15h o chá da tarde que eu havia entendido como sendo o horário de almoço.
Assim sendo escolhi para almoçar um Medalhão ao molho funghi com risoto ao mesmo molho. Para beber um Baron d’Arignac, tinto francês demi sec a um excelente preço que me foi recomendado pelo sommelier da casa. Como entrada uma moça simpática serviu-me uma salada verde (assim os santistas denominam salada crua) de alface, cenoura ralada e tomates-cereja. Refrescante.
O prato estava perfeito e fui impelido a solicitar a presença do cheff e elogiar sua destreza. “A gente se empenha pra agradar quem sabe apreciar”. Respondeu-me o elogio. Acrescentei que raras vezes comi um funghi tão bem preparado como aquele. Sobremesa foi um creme de papaia com cassis que confesso não consegui terminar dada a quantidade farta que veio à mesa.
Peguei um exemplar do jornal impresso local e informei-me a respeito da programação local. Levemente alcoolizado na companhia do Baron que me sobrara do almoço vaguei pelas vielas de Santos, em especial a Oswaldo Cruz que abriga a Universidade Santa Cecília. Fui a uma exposição de fotografias no Hospital Ana Costa, ao lado do hipermercado Extra, nas proximidades da Avenida de mesmo nome. As fotos de mulheres clicadas por outras atraem pela sensibilidade do momento que só elas conseguem captar. Porém devido ao espaço reduzido do salão nota-se que os pôsteres ficariam melhor se fossem plotagens em dimensões maiores.
Ali perto funciona o Ponto de Cultura, local fomentador amparado pela administração pública e que oferece oficinas, cursos e palestras variados nos diversos ramos culturais. Funciona no prédio de uma antiga estação dos bondinhos que circulavam pela cidade. Consegui concessão para assistir como ouvinte uma aula da oficina de fotografia. Era cedo então fui ao Pátio Iporanga, ali perto, fazer hora. Peguei um ônibus elétrico e desci alguns pontos adiante na mesma avenida. Adendo: os santistas têm vários Residence Shoppings – hotéis ou residenciais com centros de compra em anexo, ou seria o contrário? E o Iporanga é o mais novo nesse tipo de empreendimento.
Voltei a fim de assistir a oficina e me deparei com uma turma bastante eclética. A ministradora da oficina era bastante acessível e me fez perceber que com uma câmera compacta, essa do nosso cotidiano, é possível conseguir uns efeitos bem interessantes em imagens.
Terminei a noite pedindo uma pizza brotão do Dr. Pizza, que a meu ver tem pizzas de qualidade a um preço que considero justo.
Redescobri num dia, fadado a ser horrível, ainda ser minha melhor companhia: Não atraso, não me canso e o melhor, não reclamo...
terça-feira, 14 de junho de 2011
Hermana mia
O imprestável do meu padrasto – posto que ele é isso e, por muitas vezes e por muitos motivos essa é a melhor alcunha que lhe define – tem uma filha fora da relação com minha mãe. O dito cujo costumava dizer-me filho dele aos outros principalmente amigos do trabalho logo, esta menina é minha irmã.
Pretendo conhecê-la. Afinal a menina não tem culpa de ter nascido em meio ao caos instaurado. De tudo isso lamento ela não ser filha da minha mãe que tanto queria uma menina. Lamento mais de ter-me afastado da família dele, pois como minha mãe deixou de visitá-los, quando estive lá não tive pretexto para estreitar novamente os laços. Omissos, bem verdade, em relação ao ocorrido antes e depois de minha mãe saber dos fatos. Eu no lugar deles também absteria minhas opiniões a respeito. Contudo, pessoas de bem, referências na minha adolescência enfim.
Memoráveis eram os almoços seguidos das jovens tardes de domingo na casa de uma das irmãs dele, Onilza que estava sempre bordando algo em ponto de cruz ou cozinhando enquanto Aliete, a outra irmã lia um livro, preferencialmente Espírita e minha mãe, tagarelava, quase sempre sobre novidades ou artesanato. Os pais, no Clube do Bolinha falavam sobre futebol, política ou vizinhas gostosas freqüentemente. Rodrigo e eu, molecotes, implicávamos com a Renata ou chutávamos algum copo de cerveja pelo chão da casa, sem governo de nossas pernas ainda no meio da puberdade. Bia e Vitória corriam por aí ou brincavam de boneca em algum canto da sala.
Reunidos para o almoço a trilha sonora era invariavelmente MPB, de Luiz Melodia à Cássia Eller. Os assuntos, atualidades, piadas, ou falar mal da vida do outro irmão que raramente estava presente, sempre às voltas com a ex e atual esposa ou a amante, que dando o golpe da barriga, integrou o Michael àquela genealogia.
Melhores ainda eram os fins-de-semana na casa de praia no Marajó. O entardecer e os búfalos marajoaras emprestavam um quê de singularidade ao local. Desligados da correria do continente, o peixe envolto em folha de bananeira e assado na brasa até hoje dá água na boca só de lembrar.
Bons momentos que outra geração à qual pertence a minha irmã talvez aproveite e quiçá a minha geração ainda possa aproveitar...
* * *
...Te ensinar coisas da vida
Ser seu guia ou o que for...
Irmã de neon; DJAVAN
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Basium
* * *
Ainda me lembro daquele beijo, spank punk violento...
Corações Psicodélicos; LOBÃO
terça-feira, 31 de maio de 2011
Preconceitos (ou Vida de Princesa)
Sei que tenho preconceitos.
Acho que todo mundo os tem, se não todos, a maioria das pessoas.
Percebo isso em pequenos fatos na minha própria vida. Na verdade acho que tenho mais preconceito comigo mesmo que com os outros.
Há uns quinze dias estive em Santos a trabalho e na primeira oportunidade de um dia livre me mandei pra Sampa. Como o Rick está sempre ligado no que acontece em termos culturais à nossa volta, perguntei a ele o que eu poderia fazer pra me divertir lá.
Ele me sugeriu ir à FAAP assistir a exposição da Gracie Kelly. Torci o nariz. Programa de bichinha, ver os vestidos de uma princesa que eu sequer conhecia a história, apenas tinha ouvido falar que existiu. Fui então, mais pela FAAP, pra conhecer o lugar que eu só tinha visto na TV, na novela das sete, aquela dos dois costureiros rivais de infância (isso, sim, coisa de bichinha, né?).
Primeiro a surpresa. Não se pode fotografar nem a fachada da Fundação, uma vez que há muitas obras expostas no Jardim e há a preocupação com os direitos autorais. Correto, mas frustrante. Ainda bem que já tinha tirado pelo menos uma foto e (vergonha) tirei escondida uma foto dos vitrais que ficou sem foco (castigo).
A exposição me surpreendeu. O que julguei ser uma exposição fútil, sobre os vestidos de uma tal princesa, revelou a personalidade de uma atriz de cinema que conheceu um príncipe com o qual se casou e não se distanciou dos amigos do meio artístico por conta disso. Mostrou também a intimidade de uma família Real, como não vemos comumente a exemplo da Família Real britânica, que se fecha nas paredes do Palácio e só sabemos de escândalos, e acontecimentos, como o casamento noticiado recentemente.
A mostra inicia com os anos de Gracie como membro de uma típica família americana, bem antes de se tornar atriz. Segue-se com os anos no cinema como a musa de Hitchcock, de quem era amiga pessoal e cujas gravações de filmes a levaram a Mônaco, principal motivo de sua ida ao Principado.
Conta, praticamente em detalhes, incluindo o vestido que usava, o encontro rápido e intenso com o Herói de Guerra, ao qual se seguiu uma troca de cartas através das quais puderam se conhecer um pouco melhor.
Expõe trechos do casamento, televisionados pela Europa; o vestido de casamento, confeccionado pela empresa cinematográfica como item da rescisão contratual, entre outros detalhes das cerimônias.
A partir daí revela o glamour da embaixadora da Cruz Vermelha daquele Estado Autônomo, com seus bailes beneficentes e temáticos, mostrando o lado belo da Realeza da qual agora faz parte. Glamour identificado através dos vestidos e cenários das inúmeras festas filantrópicas que promovia, afastando a imagem de futilidade que eu julguei ver, com todo o meu preconceito.
Desvenda a vida familiar e social, nos muitos churrascos à beira da piscina, na companhia dos filhos e junto dos amigos do meio cinematográfico com os quais faz questão de manter contato. E que rendem filmes familiares onde podemos vê-la bem à vontade como gente comum no abrigo do lar. O que era raro em vida, pois sempre havia a preocupação em manter a individualidade e a privacidade dos filhos.
Enfim, mostra alguém mais do que fútil, como eu, preconceituosamente supus. Mostra um ser humano que por felicidade da vida casou-se com um príncipe, e viveram felizes para sempre ou até que a morte os separou...
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Querendo saber bem mais
Percebi que esse espaço aqui se tornou ultimamente uma incessante busca por um candidato a digníssimo no qual realmente eu deva investir pra que os fatos aconteçam da maneira certa.
Sei que, acima de tudo, eu sou bem mais que isso, e não quero que eu pareça um cara numa busca eterna por alguém, de qualquer sexo que seja.
Por isso resolvi fazer o bate-bola abaixo pra que vocês me conheçam melhor.
Nome: O de um apóstolo que a minha avó escolheu e que o meu pai colocou um “Y” no meio pra poder facilitar que eu encontre em listas infinitas.
Profissão: Servidor público, classe especial.
Idade: 27 ainda esse ano.
Físicamente, eu sou: Magro definido, embora alguns me digam magrelo, olhos e cabelos castanhos, 1,75m, 68kg, moreno-claro.
Mania: Escovar os dentes andando pela casa, pelo trabalho, pelo banheiro da faculdade, enfim onde quer que eu possa andar sem passar vergonha.
Livro: Meu pé de laranja-lima
Livro atual: Percy Jackson, a série.
Amor: Aquilo que move o mundo.
Ódio: Hipocrisia e falta de caráter
Dor: A perda do meu pai, por mais ausente ou distante que ele me parecesse.
Surpresa: Saber que meu pai me amava à maneira dele.
Vingança: O tempo permite aproveitá-la com classe e sem precisar planejá-la.
Liderança: Algo que todos os homens deveriam aprender, entenda bem, APRENDER, ainda na escola.
Hombridade: Algo que algumas pessoas simplesmente não têm.
Paixão: Pela minha vida.
Desejo: de construir algo interessante a dois.
Juventude: Um Estado de Espírito.
Velhice: Algo que não sei se chegará pra mim. Aproveito minha juventude bastante enquanto isso.
Vida: Deus me deu uma, e eu a adoro.
Morte: A maior viagem (risos)
Medo: De não conseguir realizar alguns sonhos antes de desencarnar.
Coragem: De ter saído de casa com 17 anos e, mesmo inseguro, ir buscar minha vida.
Uma lição: Seja mais cauteloso, em todos os aspectos.
Uma frase: Os fatos acontecem no momento que Deus julga necessário. No tempo d'Ele, nunca no nosso.
* * *
Quero saber bem mais que os meus 20 e poucos anos...
20 e poucos; FÁBIO JR.
sábado, 14 de maio de 2011
Inquietude
Do cara que me beijou a costa e o corpo todo.
Do cara que mencionou algumas vezes os preliminares ser melhores que o ato em si.
Desse cara, pouco vi.
No primeiro dia, percebi um cara que me questionou bastante quanto ao falar. Que me disse ter ouvido mais em algumas horas em VIX do que eu teria falado em um dia inteiro no RIO.
Um cara que ficou em casa comigo o feriado todo. Mas que se inquietou às duas primeiras horas após acordarmos na SEXTA-FEIRA SANTA. E que não quis a companhia dos meus amigos no sábado quando eu tive de trabalhar.
Assustei-me como o gentleman, se ofereceu a pagar a pizza, o taxi, os restaurantes a que fomos e que só não fez mais porque eu não permiti. E não o fiz porque não me senti totalmente à vontade com a situação. Sei lá, nunca fui acostumado a ter quem fizesse tais galanteios e talvez por isso tenha estranhado.
Ri com alguém que se queixou quando, supostamente eu me afastei, alegando sentir-se como um cachorrinho ao qual a gente faz carinho, de vez em quando ao se lembrar que está ali ao lado, ao alcance de um afago. Disso pouco caso fiz, sim. Não vi motivos pra tal e brinquei chamando-o algumas vezes REX.
Meu marginal de boutique.
O cara que me observou bastante e quando eu o fazia, reclamava.
Que por torpedo me disse: “Foi muito bom pra ser verdade. Pecado que não nos entendemos...” que me disse ter vários amigos no Rio; e trocou o feriado com a mãe pra ficar comigo; e acrescentou ter curtido estar comigo. Infelizmente soou como apenas um feriado no Rio quando deixou escapar em palavras.
Alguém que eu não soube decifrar e que se indispôs em relação à minha inquietude.
Alguém que eu não conhecia e que estava decidido a me dobrar. Alguém que ainda não conheço e que, sinceramente, não sei se consegue.
Amor de marujo no porto de VIX? Ou mais um amigo em preto e branco querendo colorir?
De tudo isso, agora, nada sei.
* * *
...Precisa aprender o que eu sei
E o que eu não sei mais...
Baby; GAL COSTA
domingo, 8 de maio de 2011
Marginal meu
Numa situação improvável, o conheci.
Descobri que os capixabas exercem certa atração quase que visceral sobre mim. Tem algo na pele, no cheiro, no jeito deles, que me impele a admirá-los. Tem um não-sei-quê que me faz ficar assim, desse modo entregue e quase indefensável ao simples rasgar de um sorriso seu.
Antes disso sentados lado a lado, o notei. Mais pelas tatoos no braço que por outra coisa.
Perguntei se doeu. Disse que não. Minha mãe perguntou o que era. Eu ri contando-lhe. Ele retrucou: – É uma dor suportável. E mostrou-me parte dela que se estende do pulso direito, toma-lhe as costas e termina no antebraço esquerdo, (nunca sei a diferença de braço pra antebraço, mas acho que deu pra entender) a parte mais próxima do ombro esquerdo. Pronto! (risos).
Ele me esbarrou, deixando suas costas no meu braço enquanto eu passava. Diante disso só pude rir. Foi engraçado. Sentou quase que sincronizado comigo na mesa e puxamos assunto. Perguntei sua idade e elogiei depois: 40 e poucos muito bem vividos.
Quase na hora de entrarmos no carro ele me encarou por cerca de meio minuto dentro dos olhos e a pouco mais que um palmo da minha boca. Tive vontade de agarrá-lo ali mesmo, entretanto em respeito à minha mãe preta não o fiz.
Sentei-me no carona e deixei minha mão passar entre a porta e o banco, passando a mão em sua perna e fomos, carinhos, até o destino dele.
Durante a viagem, cerca de 40 minutos, ele me perguntou quando eu voltaria do Rio.
– Não faço ideia.
– E volta ao trabalho quando?
– Só vou arrumar minha mochila e vou. E aí?...
– E aí o que?
Ele pensou e enfim acrescentou:
– E aí que você pode arrumar sua mochila e ir lá pra casa e sair de lá. O que acha?
– Pode ser...
– Era isso que você queria ouvir, não?
– Claro. Cheguei a pensar que você não fosse perguntar.
Fiz isso e tive uma das melhores experiências do ano. Ele me tratou como a um príncipe.
Beijou meus pés e acariciou e beijou todo o meu corpo. Meus cabelos, meus olhos, minhas costas. Eu já tinha esquecido o quão é bom ter as costas beijadas. Ele não quis sequer penetração. Mas eu não estava ali só pra preliminares, né? (risos).
Falei que preliminares eram excelentes, mas que não tínhamos conhecimento um do outro nem intimidade suficiente para que só isso bastasse. E o sexo foi algo quase surreal. Senti-me desejado como há muito não sentia.
E de tudo, isso foi ótimo.
* * *
...Eu sou teu corpo inteiro a se arrepiar
Quando em meus braços você se acolheu...
Meu eu em você; PAULA FERNANDES
sábado, 16 de abril de 2011
Mau mau
Ano passado, depois do término com o Beto, eu viajava cada vez mais pra Vix.
Adendo: Vix é minha segunda casa, muitas vezes mais que em Belém, onde nasci.
Interessei-me por um garotinho loiro, com cara e ascendência alemã: Maurício. Meu Mau mau.
19 anos, jovialidade – senti-me como uma amiga cacura de 60 anos que me diz: “Juventude é a Beleza do Diabo”. – espírito aventureiro. Recém formado em Petróleo e Gás. Chegamos a cogitar a possibilidade de ele vir fazer a pós como bolsista no FUNDÃO. Alto. Um fofinho como pessoa. Muito daquele garoto que iria mudar o mundo... Confesso que senti novo ânimo após o término com o Beto quando o conheci. Vontade de mover-me da atual inércia em que me encontro.
Mas o pra sempre, sempre acaba...
Ele falou aos pais; mais por conta das divergências com o irmão com quem estava morando; saiu do armário. Foi mais corajoso do que eu poderia ser. Afinal eu abri pra minha mãe a bissexualidade depois de já ter saído de casa e tals. Hoje me vejo mais homo que outra coisa, mas isso é outro assunto. Os pais dele o mandaram pra Rondônia com a tia na desculpa dele ir esfriar a cabeça. Inventou um pretexto qualquer e voltou a Vix, claro.
E voltou. Na volta passou expresso pelo Rio, e eu, cansado não tive forças pra ir encontrá-lo. Ficou putinho.
Fui à Vix recentemente à trabalho e o revi. Forcei o encontro já que ele não atendia minhas ligações nem nada.
Cheguei lá no supermercado onde ele trabalha de repositor (pode?). E ele a princípio não teve cara de me olhar nos olhos. Depois foi relaxando e eu vi maldade em seus olhos. Disse que tinha mudado e que tinha aprendido muitas coisas com o novo namorado, um carinha de 17 com o qual está morando pelo que entendi. Chamei-o pra ir ao bar em que sempre íamos. Sem grana, alegou e eu disse que isso nunca foi problema, até mesmo porque fizemos muitos programas legais juntos e sem dinheiro.
Terminei a conversa pedindo que ele ao menos atendesse às ligações, o que demonstrava boa educação. Liguei mais tarde ainda naquele dia e o celular só dava fora de área.
O Rick me perguntou se eu esperava reencontrar o mesmo cara que conheci. Respondi que não, mas que não precisava ser daquele modo.
Confesso que fiquei triste, esperava que pudéssemos ao menos conversar, pois me sentia um pouco culpado. De certo modo ele saiu do armário comigo. Queria saber se ele estava bem com a situação. Atrás daquela capa de superboy tinha um garoto novo e cheio de anseios e planos.
Um cara que infelizmente não existe mais.
* * *
Mas é que eu tenho que manter a minha fama de mau...
Minha fama de mau; Roberto Carlos